O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, disse nesta 5ª feira (16.nov.2023) que não seria “justo” demitir os assessores que receberam Luciane Barbosa Farias, chamada de a “dama do tráfico no Amazonas”, na sede do ministério. Ela é casada com Clemilson dos Santos Farias, conhecido como “Tio Patinhas” e apontado como líder do Comando Vermelho.
“Os secretários que receberam praticaram algum ato ilegal? Os secretários praticaram algum crime? Beneficiaram supostamente o Comando Vermelho em quê? É preciso ter um pouco de responsabilidade e de seriedade. Eu tenho o comando da minha equipe, confio na minha equipe e eu não demito secretário de modo injusto. Se eu fizesse isso, quem iria ser desmoralizado não ia ser o secretário, era eu”, afirmou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo,
“Obviamente é um desespero político de quem está insatisfeito com o combate ao crime organizado que nós estamos fazendo”, completou Dino.
De acordo com o jornal, a declaração foi feita pelo ministro em evento no Ceará. Flávio Dino esteve no Estado nesta 5ª feira (16.nov) para participar de diferentes eventos relacionados à segurança pública. Ele também recebeu o título de cidadão cearense na Assembleia Legislativa do Estado e participou de entrevista a jornalistas junto ao governador Elmano de Freitas (PT-CE).
Os compromissos não estavam na agenda oficial do Ministério, mas foram divulgados nas redes sociais de Dino.
O Poder360 entrou em contato com a assessoria do Ministério da Justiça para confirmar as declarações, mas não obteve resposta até o fechamento desta reportagem. O espaço segue aberto.
LUCIANE BARBOSA FARIAS
A “dama do tráfico”, como é conhecida Luciane Barbosa, é casada há 11 anos com Clemilson dos Santos Farias. Ele é líder do Comando Vermelho no Amazonas e era o “número 1” da polícia do Estado até ser preso em dezembro de 2022.
Luciane foi recebida duas vezes nos últimos 3 meses por assessores do ministério de Dino. Ela participou de audiências com os secretários Elias Vaz e Rafael Velasco, em março e maio deste ano, junto a ILA (Associação Instituto Liberdade do Amazonas).
Segundo a polícia do Amazonas, a organização, em que ela ocupa o cargo de presidente, atua em prol de presos do Comando Vermelho e é financiada com dinheiro do tráfico.
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