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Dono de consultoria diz que não atuou na liberação de verbas do FNDE

Publicado 05.05.2022, 13:32
Atualizado 05.05.2022, 14:00

Agência Brasil - Em audiência pública na Comissão de Educação do Senado, nesta quinta-feira (5), o empresário Jorge Guilherme da Silva Souza, dono da JG Consultoria e Assessoria, disse que sua empresa não atuou como intermediária na liberação de verbas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) a municípios.

O colegiado investiga suspeitas levantadas em março sobre a atuação dos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura na liberação de recursos do Ministério da Educação, de forma irregular.

Jorge Guilherme Souza foi convidado a prestar esclarecimentos por ter sido citado em outro depoimento colhido pelo colegiado, o do prefeito de Rosário (MA) Calvet Filho. Na ocasião, o prefeito disse que, por intermédio da JG, conseguiu uma agenda informal com o então ministro da pasta, Milton Ribeiro, para adiantar demandas.

“Talvez, ele tenha outras pessoas na equipe dele, na equipe parlamentar pela qual ele é assistido, aqui em Brasília, que promovam esses encontros. E, quando ele falou que a equipe de Brasília tem uma assessoria que promove essas agendas, certamente ele falou de forma genérica, mas não do Grupo JG”, disse.

O empresário acrescentou que não tem “proximidade” com nenhum governo. “Talvez, vossas excelências tenham até acesso às visitas que as pessoas porventura fazem aos ministérios, e nós nunca fizemos nenhuma”, afirmou.

Souza esclareceu aos senadores que o trabalho da JG “é tornar o município apto a receber os recursos”. “Muitas vezes, os nossos clientes até confundem isso. E, talvez, isso aí, para nós, para mim, como empresário, pode até facilitar quando um prefeito entende dessa forma, porque ele, às vezes, fecha algum tipo de contrato imaginando isso. Mas, quando vê o nosso trabalho técnico, muitas vezes, não sei se isso aí nos beneficia, porque nós oferecemos só o trabalho de capacitar as equipes”, acrescentou.

Ausências

Além de Jorge Guilherme da Silva Souza, a Comissão de Educação também havia convidado outras duas pessoas que não compareceram. Uma delas é o prefeito de Centro Novo (MA), Junior Garimpeiro, citado nas denúncias sobre a influência de pastores no MEC e no FNDE.

O outro convidado ausente foi Crezus Ralph Lavra Santos, apontado como participante da intermediação da transferência de recursos entre pastores e prefeito.

Ao contrário de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que tem competência para convocar qualquer autoridade ou cidadão para depoimentos, uma comissão permanente, só pode fazer convocações a ministros e autoridades diretamente ligadas à Presidência da República.

Histórico

Mesmo com poderes limitados, no Senado, a Comissão de Educação investiga suspeitas levantadas em março sobre a atuação dos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura na liberação de recursos da educação.

As denúncias, que surgiram na imprensa, levaram à queda de Ribeiro, que também é pastor, dias depois. À época, em sua defesa, o ex-ministro afirmou que não praticou atos ilícitos. “Tenho plena convicção de que jamais pratiquei qualquer ato de gestão que não fosse pautado pela legalidade, pela probidade e pelo compromisso com o erário. As suspeitas de que foram cometidos atos irregulares devem ser investigadas com profundidade”, destacou Ribeiro.

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