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Eduardo Leite vive dilema em 2º turno contra Onyx e resiste a acordo com o PT

Publicado 06.10.2022, 12:30
Atualizado 06.10.2022, 15:41
© Reuters Eduardo Leite vive dilema em 2º turno contra Onyx e resiste a acordo com o PT

O candidato do PSDB ao governo do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, vive um dilema neste segundo turno da disputa: ele tem pesado prós e contras de apoiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ou adotar a neutralidade. Leite precisa dos votos da esquerda para vencer o bolsonarista Onyx Lorenzoni (PL), mesmo porque o candidato Edegar Pretto, do PT, teve votação similar à do tucano no primeiro turno. A alternativa do ex-governador gaúcho pode ser declarar-se neutro na disputa presidencial.

Para um acordo, o PT cobrou que Leite declare voto em Lula, algo que ele resiste a fazer. O candidato do PSDB tem se aconselhado com deputados e prefeitos aliados, mas prometeu anunciar a decisão até o fim desta semana. Nesta quinta-feira, 6, o tucano sinalizou em entrevista à Rádio Gaúcha que tende a adotar a neutralidade na eleição presidencial. "Não preciso ser medido nesta eleição pela régua estreita da polarização nacional. Tenho serviços prestados, sabem como ajo e como faço política. Meu adversário é uma dúvida, porque, onde atuou, não atuou bem", declarou. Procurado pelo Estadão, Leite se limitou a repetir que tomará a decisão no fim dessa semana. "Anunciarei amanhã pela manhã o posicionamento", declarou. O PSB de Geraldo Alckmin, ex-tucano e candidato a vice de Lula, resolveu apoiar Leite, que também procurou o PDT. Uma parte dos pedetistas, porém, resiste a fazer campanha para ele. "A melhor opção poderá ser a neutralidade. Não vejo como apoiar o tucano que fez as privatizações, vejo dificuldades nisso", disse o deputado federal Pompeo de Mattos (PDT-RS). Ele, no entanto, admite que o tucano tem a preferência de uma parcela da legenda.

Mesmo com um acordo formal com PDT e PT, Mattos avalia que o tucano pode ter a perder. "Ele está em uma sinuca de bico. Se a esquerda apoiar ele, o que tinha de direita sai. Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come". Assim como o pedetista, o PT tem cobrado que Leite se comprometa a não realizar privatizações. No evento que selou o apoio do PSB, o tucano disse que não se deve "exigir que mude programaticamente a agenda de uma candidatura".

O ex-governador do Rio Grande Sul Tarso Genro (PT), que hoje está afastado da cúpula petista, prega um apoio incondicional a Leite contra Onyx. "Defendo que o PT não fique "neutro" e apoie o candidato que se oponha à extrema direita e deixe isso claro na sua fala pública", disse ao Estadão. Já o senador Paulo Paim (PT-RS) afirmou que o ex-governador precisa declarar voto em Lula para ter o apoio formal do partido. De acordo com ele, o PT recomendar o voto em Leite "depende das articulações".Eduardo Leite foi eleito governador do Rio Grande em Sul em 2018, mas decidiu renunciar ao cargo no final de março para tentar ser candidato a presidente. Após não conseguir disputar o Palácio do Planalto, decidiu tentar voltar ao comando do governo gaúcho.

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