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Em recado a Lula, Campos Neto diz que inflação depende do fiscal e população sofre com desequilíbrio

Publicado 11.11.2022, 12:52
Atualizado 11.11.2022, 19:05
© Reuters. Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, fala perto do ministro da Economia, Paulo Guedes, ao deixar Palácio do Alvorada em Brasília
27/04/2020
REUTERS/Ueslei Marcelino
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Por Bernardo Caram

BRASÍLIA (Reuters) - A dinâmica inflacionária no Brasil depende das definições do governo sobre o arcabouço fiscal, disse nesta sexta-feira o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, ressaltando que o mercado está sensível ao debate sobre as contas públicas.

Em discurso fortemente focado na questão fiscal e com recados ao governo eleito, Campos Neto afirmou que o Brasil registrou uma piora recente na percepção sobre quando a redução nas taxas de juros será iniciada, acrescentando que esse movimento ocorreu “muito devido à percepção sobre qual será o novo arcabouço fiscal”.

Ele disse ainda que a autonomia do Banco Central passará por um "teste importante" com a primeira transição política após a aprovação da nova lei, mas frisou que a autarquia é um órgão técnico e vai cooperar com o governo eleito.

"A gente vê uma dinâmica positiva (da inflação) na margem que precisa ser confirmada. Obviamente, vai depender muito de expectativa, vai depender muito de qual vai ser o plano fiscal, qual vai ser o arcabouço fiscal à frente", disse Campos Neto durante palestra na associação de finanças CFA Society Brazil.

O presidente do BC afirmou que é necessário “ter um olho" para o social, mas também para o equilíbrio fiscal, sem o qual há ampliação das incertezas e “quem sofre é a população que você quer ajudar”.

"Se não tiver equilíbrio fiscal e começar a afetar as outras variáveis, vai achar que fazendo um gasto adicional muito maior vai ajudar a sua causa de gerar emprego e atender a população carente, mas na realidade pode estar tendo efeito oposto", afirmou.

"Se você desorganiza o mercado, diminui investimento, gera instabilidade, acaba gerando desemprego. Essa equação que o governo tem que resolver, e o Banco Central vai trabalhar junto."

O mercado teve forte reação negativa na quinta-feira após o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva afirmar que gastos públicos têm que ser considerados investimentos e voltar a criticar a regra do teto de gastos, com o dólar disparando mais de 4% no fechamento do dia, enquanto o Ibovespa caiu 3,61%.

Em sua apresentação, Campos Neto disse que o movimento observado no mercado doméstico foi uma demonstração clara da sensibilidade em relação ao fiscal, ressaltando que isso tem ocorrido globalmente. Ele ponderou que é normal a existência de ruídos em momentos de transição de governo.

"Não sei se foi (um) momento Liz Truss, mas acho que foi na verdade um momento onde a gente na verdade tem demonstração clara da sensibilidade dos mercados, não só no Brasil, outros países também passaram por isso, em relação ao fiscal", disse Campos Neto, fazendo referência à ex-primeira-ministra britânica que enfrentou forte reação negativa dos mercados globais a seu programa econômico, visto como fiscalmente insustentável.

Campos Neto também disse que “o problema" foi que durante a campanha foram feitas promessas pelos candidatos, mas agora o mercado começa a entender que parte dos programas que seriam temporários acabaram se estendendo.

AUTONOMIA DO BC

© Reuters. Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, fala perto do ministro da Economia, Paulo Guedes, ao deixar Palácio do Alvorada em Brasília
27/04/2020
REUTERS/Ueslei Marcelino

Perguntado sobre eventual existência de risco de a autonomia do BC ser alterada, Campos Neto disse que a regra teve apoio do Congresso e do Judiciário, argumentando ser importante permanecer na presidência do órgão por mais dois anos para mostrar que o mecanismo funciona.

"Mas o Banco Central é técnico, vai trabalhar com o novo governo, vai tentar cooperar no máximo que for possível", afirmou.

O presidente do BC disse ainda que tem conversado com o economista Persio Arida, membro do grupo de transição de governo. Ele afirmou que a autoridade monetária está aberta a participar dos trabalhos, "entendendo que a gente não faz fiscal".

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