As FDI (Forças de Defesa de Israel) afirmaram nesta 4ª feira (15.nov.2023) que encontraram armas do Hamas no hospital al-Shifa, o maior da Faixa de Gaza. Em vídeos publicados nos canais oficiais do Exército do país, os soldados mostram armamentos que alegam pertencer ao grupo palestino.
Os israelenses invadiram o al-Shifa na madrugada desta 4ª feira. Eles argumentam que o grupo extremista palestino violou leis internacionais ao usar a unidade de saúde, alvo de ataques, para esconder armamentos e servir de escudo para atividades bélicas. O Hamas nega. As informações não podem ser verificadas de forma independente.
As informações são de Israel e não há meios de verificar os fatos de maneira independente.
Em comunicado, Israel disse que encontrou uma “sala com bens tecnológicos, além de equipamentos militares e de combate” e um “centro de comando operacional e ativos tecnológicos” usados pelo Hamas no hospital. Segundo os israelenses, os extremistas usam a unidade de saúde “para fins terroristas”.
“Os ativos tecnológicos e a extensa informação de inteligência localizada foram transferidos para análise completa pelas autoridades competentes”, disse.
Assista ao porta-voz da Defesa de Israel mostrando armas encontradas no hospital al-Shifa (1min23s):
Em um 2º vídeo, o porta-voz do Exército de Israel, Jonathan Conricus, afirmou que os itens encontrados pelas forças israelenses “confirmam totalmente, sem nenhuma dúvida, que o Hamas usa sistematicamente hospitais em sua operação militar, em violação às leis internacionais”. Segundo ele, isso seria “só a ponta do iceberg”.
No vídeo, Conricus mostra:
- câmeras de segurança obstruídas;
- “grab bags” (mochilas com itens essenciais usadas por militares);
- armas de fogo, facas e granadas;
- equipamentos tecnológicos e de comunicação, como laptops e rádios;
- coletes, botas e outras peças de uniformes militares.
Assista (6min59s):
INVASÃO AO HOSPITAL AL-SHIFA
As Forças de Defesa de Israel informaram que continuam a operação “precisa e direcionada contra o Hamas no complexo do hospital Shifa”. A ação para ocupar o al-Shifa se deu na madrugada desta 4ª feira (15.nov) –noite de 3ª feira (14.fev) no Brasil.Segundo Israel, soldados entraram em confronto com integrantes do Hamas e mataram extremistas ao chegar ao local. Não informou o número de mortos. As tropas do país afirmam buscar por “infraestruturas e ativos terroristas do Hamas” na unidade de saúde.
“As FDI continuam a operar no complexo hospitalar, ao mesmo tempo que extraem informações de inteligência e evitam danos às equipas médicas e aos civis ali abrigados”, disse as Forças de Defesa de Israel.
À Al Jazeera, emissora de notícias da monarquia do Qatar, o diretor-geral dos hospitais na Faixa de Gaza, Munir al-Bursh, afirmou que as forças israelenses revistaram os porões do al-Shifa e entraram nas alas de cirurgias e emergência. A reportagem também relatou tiros e explosões no local.
O hospital abriga cerca de 700 pacientes, incluindo 100 em estado crítico, e mais de 1.000 funcionários, disse Ahmed El Mokhallalati, um cirurgião que está no local. Milhares de civis deslocados durante os bombardeios também se abrigam no edifício. A unidade de saúde enfrenta falta de medicamentos e energia.
Por meio de seu perfil no X (ex-Twitter), o diretor da OMS (Organização Mundial da Saúde), Tedros Adhanom, afirmou que a operação no maior hospital da Faixa de Gaza é “totalmente inaceitável” e que “hospitais não são campos de batalha”.
“Mesmo se unidades de saúde estiverem sendo usados para propósitos militares, os princípios da distinção, precaução e proporcionalidade [adotados no direito internacional humanitário] sempre se aplicam”, disse.
Hospitals are not battlegrounds. #Gaza pic.twitter.com/hx3OxUSVDl— Tedros Adhanom Ghebreyesus (@DrTedros) November 15, 2023
Mais cedo, Adhanom disse que a OMS perdeu contato com a equipe de saúde do hospital.