A emenda reservada ao ministro das Comunicações do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Juscelino Filho, bancou obras inacabadas e com suspeitas de irregularidades em Vitorino Freire (MA), cidade de origem do deputado federal. A informação consta em um relatório da Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba), segundo reportagem do jornal Estado de S. Paulo publicada nesta 4ª feira (1º.nov.2023).
A emenda que bancou as obras faz parte do mesmo montante destinado para pavimentação de estradas que dão acesso a 8 fazendas do ministro no município de Vitorino Freire. A prefeita da cidade é Luanna Rezende, irmã do ministro de Lula.
Em março, a Codevasf identificou que havia erros no projeto de execução de obras bancadas pela emenda do ministro de Lula. Porém, irregularidades não foram encontradas nas estradas que dão acesso às fazendas de Juscelino.
Leia as irregularidades identificadas pela Codevasf nas obras:
- falta de licenciamento ambiental;
- qualidade do asfalto;
- ruas esburacadas e rachaduras;
- falta de sinalização nas ruas;
- alterações no projeto de ruas sem aprovação prévia da Codevasf.
Ao Estadão, a Codevasf informou que suspendeu o repasse de verba ao município depois da operação da Polícia Federal em 1º de setembro. Na ação, a prefeita e irmã de Juscelino, Luanna Rezende, foi alvo de buscas e apreensões. Ela também foi afastada do cargo por quase duas semanas.
O Poder360 entrou em contato com a assessoria de Juscelino Filho e solicitou manifestação sobre a reportagem do Estadão, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem. O espaço permanece aberto para manifestação.
ENTENDA
Segundo o Portal da Transparência, o ex-deputado federal enviou R$ 7,5 milhões para obras de pavimentação no município.
A empresa contratada pelo município para a obra é de um amigo de Juscelino Filho, o empresário Eduardo José Barros Costa. O engenheiro da Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba) Julimar Alves da Silva Filho foi o responsável por assinar o parecer autorizando o valor orçado para a pavimentação.
Eduardo Costa, conhecido como Eduardo Imperador, foi preso acusado de pagar propina a funcionários federais para obter obras na cidade e de ser sócio oculto da Construservice.
Já o engenheiro da Codevasf, foi afastado sob suspeita de receber R$ 250 mil em propina de Eduardo Imperador.