O percentual de famílias endividadas caiu para 77,4% em agosto na comparação com julho, quando registrava 78,1%. É o menor nível desde junho de 2022 (77,3%). O resultado é da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) divulgada nesta 3ª feira (5.set.2023). Eis a íntegra da pesquisa (429 kB).
A projeção da CNC é que a proporção de consumidores endividados siga trajetória de queda e marque 77% em setembro, mas volte a subir nos últimos meses de 2023, encerrando o ano próximo a 78%.
Segundo a economista da CNC, Izis Ferreira, a redução no percentual de endividados atingiu todas as faixas de renda pesquisadas. A especialista atribuiu o resultado à queda a inflação nos últimos meses e a contratação de profissionais com menor grau de escolaridade pelo mercado de trabalho.
“Isso tem levado as pessoas a terem uma folga no seu orçamento. Um número menor delas tem buscado o crédito para o consumo de bens e de serviços”, afirmou.
Já o percentual de famílias com dívidas em atraso atingiu 30% em agosto. É o maior volume em 8 meses. “São pessoas endividadas em modalidades diferentes, com mais de um tipo de dívida. Estamos falando de um consumidor que tem mais de um cartão de crédito, um consignado ou algum tipo de empréstimo”, disse.
A pesquisa mostra também que 12,7% da população diz não ter condições de pagar suas dívidas de meses anteriores. Segundo a CNC, o resultado representa um recorde na série histórica, iniciada em janeiro de 2010.
O cartão de crédito corresponde a 85,5% das dívidas. Na sequência, aparecem carnês (17,1%), crédito pessoal (9,2%) e financiamento de carro (7,9%) e de casa (7,5%).