Investing.com - Em sua carta mensal de janeiro, a Rio Bravo Investimentos afirmou que a única boa notícia na área econômica do governo eleito foi o anúncio da equipe da ministra do Planejamento Simone Tebet, que teria se cercado “dos melhores especialistas do país nas suas respectivas áreas”.
No documento, a Rio Bravo, que conta com o ex-presidente do Banco Central Gustavo Franco como sócio fundador, lamentou a falta de apresentação até o momento de um plano crível de sustentabilidade fiscal. Ainda que o ministro da Fazenda Fernando Haddad tenha apresentado medidas para minimizar os impactos da situação da dívida públicas, seria necessário apresentar outras estratégias para equilibrar as contas de fato.
“O tímido plano de consolidação fiscal apresentado é muito focado em aumento de receitas e envolto em otimismos exacerbados, não sendo capaz nem de cobrir o buraco criado pela PEC da transição. Acreditamos que a vontade do governo é conjugá-lo com um novo arcabouço fiscal e com uma reforma tributária, que tragam de volta a credibilidade perdida”, diz a carta.
Segundo a Rio Bravo, as incertezas que rondam a situação fiscal pioram as estimativas dos agentes econômicos e uma referência desse quadro é o Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central. A pesquisa com economistas consultados pela autoridade monetária já indica piora nas projeções de inflação para 2023 e 2024.
A situação pressiona o Banco Central, que seria obrigado a apresentar maior rigidez no discurso sobre o controle e vigilância da inflação, visando ancorar as expectativas.
Em relação à política monetária, a Rio Bravo afirma que ainda não enxerga elevações residuais na Selic neste ano. No entanto, o comportamento recente “atribui um viés de alta para as projeções da Selic ao final do ano”, pondera a Rio Bravo em documento.
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