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Ex-vereador, acusado de criar milícia mais famosa do Rio, morre baleado

Publicado 04.08.2022, 20:37
Atualizado 04.08.2022, 20:38

Rio - O ex-vereador do Rio de Janeiro Jerônimo Guimarães Filho, de 73 anos, conhecido como Jerominho, acusado de ser um dos criadores da principal milícia do Rio, a Liga da Justiça, morreu após ser baleado na tarde desta quinta-feira, 4, em frente ao centro social que coordenava, em Campo Grande (zona oeste do Rio de Janeiro). Ele chegou a ser socorrido e levado ao hospital Oeste DOr, no mesmo bairro, onde morreu horas depois.

Jerominho estava em frente à instituição que mantinha, na Estrada Guandú do Sapé, por volta das 15h, quando, segundo testemunhas, dois homens munidos de fuzis passaram de carro e atiraram em direção à vítima. O ex-vereador foi atingido no abdômen e na perna. Um cunhado estava ao seu lado e também foi ferido. Jerominho foi levado a uma unidade de saúde particular, o Oeste DOr, enquanto o cunhado foi para o hospital municipal Rocha Faria, no mesmo bairro, e estava em estado estável até a publicação desta reportagem. Os atiradores fugiram e não haviam sido identificados.

Ex-policial civil, Jerominho tentou iniciar a carreira política em 1998, quando concorreu a deputado estadual pelo PSC. Na ocasião, recebeu 18.152 votos e não se elegeu. Dois anos depois conseguiu se tornar vereador pelo então PMDB (hoje MDB), com 20.560 votos. Em 2004 foi reeleito, pelo mesmo partido, com 33.373 votos.

Em 26 de dezembro de 2007, um ano antes do fim de seu mandato, foi preso pela Polícia Civil do Rio sob acusação de liderar uma milícia na zona oeste junto com o irmão, Natalino Guimarães, deputado estadual eleito em 2006. Em 2008, Jerominho foi uma das 225 pessoas acusadas pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Milícias, criada pela Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) e presidida pelo então deputado estadual Marcelo Freixo. Acusado de criar a Liga da Justiça, mais famosa milícia do Rio, o ex-vereador ficou preso até 2018.

Em 27 de janeiro deste ano, Jerominho foi preso mais uma vez, porque havia ordem de prisão por um crime cometido em 2005: extorsão praticada com uso de arma de fogo contra motoristas de van. Foi libertado em 1º de fevereiro, depois que a Justiça concluiu que ele já havia cumprido essa pena. Dois dias antes de ser preso, Jerominho tinha anunciado que pretendia ser candidato a deputado federal pelo Patriota.

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