O UAW (United Auto Workers ou Sindicato dos Trabalhadores Automotivos, em tradução livre) ampliou a greve contra as montadoras de carros dos Estados Unidos nesta 6ª feira (22.set.2023). O sindicato afirma que mais 5.600 trabalhadores aderiram à paralisação. Outros 13.200 já estavam em greve.
O presidente do UAW, Shawn Fain, disse que 38 centros de distribuição de peças da GM (General Motors (NYSE:GM)) e da Stellantis (NYSE:STLA) entraram de greve. A paralisação, que começou em 15 de setembro, já atingiu mais de 20 Estados norte-americanos.
“Fecharemos a distribuição de peças até que essas duas empresas recuperem o juízo e cheguem à mesa com uma oferta séria”, disse Fain.
A Ford (NYSE:F), que também é alvo da greve, não teve novos centros paralisados. O sindicato afirma que conseguiu avançar nas conversar com a montadora e que houve uma melhora nas ofertas feitas pela empresa.
“Ainda temos problemas a serem trabalhados, mas precisamos reconhecer que a Ford está mostrando ser séria sobre alcançar um acordo”, disse o presidente do sindicato.
Esta é a 1ª vez que o UAW organiza uma mobilização em 3 empresas simultaneamente. Os contratos vigentes entre o sindicato e as montadoras expiraram em 14 de setembro e não foram renovados por falta de acordo entre as partes.
O grupo pede, entre outras coisas, aumento salarial, melhores benefícios e garantias contra demissões. Por enquanto, não são todos os filiados que foram convocados para aderir à paralisação, mas o número pode crescer nos próximos dias, conforme a organização.
Eis as reivindicações do sindicato para cada companhia e as propostas das montadoras:
General Motors
- aumento de salário em 2 dígitos – aumento de 10% ao longo de 4 anos;
- reajuste salarial com base na inflação – rejeitado;
- melhor distribuição dos lucros (US$ 2 para cada US$ 1 milhão) – fórmula de concessão de distribuição de lucros (que, segundo o sindicato, teria resultado em uma redução de 29% do salário anual dos trabalhadores caso aplicada em 2022);
- integração no Programa Federal de Proteção Familiar para Trabalhadores e direito de greve – rejeitado;
- folgas e feriados remunerados – rejeitado;
- aumento de pagamento para aposentados – rejeitado.
- limite para funcionários temporários e efetivação depois de 90 dias – rejeitado;
- aumento de salário em 2 dígitos – aumento de 9%;
- reajuste salarial com base na inflação – rejeitado;
- volta de pagamento de pensão e plano de saúde para aposentados – rejeitado;
- integração no Programa Federal de Proteção Familiar para Trabalhadores e direito de greve – rejeitado;
- melhor distribuição dos lucros (US$ 2 para cada US$ 1 milhão) – fórmula de concessão de distribuição de lucros (que, segundo o sindicato, teria resultado em uma redução de 21% do salário anual dos trabalhadores caso aplicada em 2022 e 2021);
- folgas remuneradas e maior remuneração em feriados – rejeitado;
- aumento de pagamento para aposentados – rejeitado.
- aumento de salário em 2 dígitos – aumento de 14,5% ao longo de 4 anos;
- reajuste salarial com base na inflação – rejeitado;
- melhor distribuição dos lucros ($2 para cada US$ 1 milhão) – rejeitado;
- integração no Programa Federal de Proteção Familiar para Trabalhadores e direito de greve – rejeitado;
- folgas remuneradas e maior remuneração em feriados – rejeitado;
- aumento de pagamento para aposentados – rejeitado.