BRASÍLIA (Reuters) - O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), anulou todas as condenações envolvendo o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu no âmbito da Lava Jato pela atuação considerada parcial do então juiz e hoje senador Sergio Moro (União-PR).
A decisão de Mendes também derruba condenações que Dirceu, que chegou a presidir o PT e foi o principal condenado no processo do mensalão, sofreu em instâncias superiores confirmando decisões de Moro.
O ministro do STF disse que houve uma atuação parcial para envolver Dirceu com o objetivo de desgastar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Lula, que chegou a ser preso por causa da operação, já teve todas condenações pela Lava Jato anuladas pelo mesmo motivo.
Com a decisão, Dirceu volta a se tornar elegível para concorrer a cargos públicos na próxima eleição de 2026.
Em nota, o advogado Roberto Podval, defensor de Dirceu, disse ter recebido com tranquilidade a decisão do Supremo.
"A decisão, que restitui seus direitos políticos, entende que os processos contra Dirceu tinham por objetivo real atingir o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o que demonstra a quebra de parcialidade das ações", disse.
"A anulação atende ao pedido da defesa do ex-ministro, que solicitou a extensão da decisão da 2ª Turma do Supremo que considerou parciais as decisões da Lava Jato e do ex-juiz Sergio Moro nos casos que envolvem o presidente Lula. José Dirceu sempre confiou na Justiça", completou.
(Reportagem de Ricardo Brito)