A presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), criticou nesta 4ª feira (15.nov.2023) os jornais O Globo e Estadão. Chamou de arrogante os editoriais dos veículos e afirmou que querem “censurar” e “determinar” as palavras usadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o conflito entre Israel e Hamas.
Segundo a petista, os jornais impõem uma censura a respeito de manifestações pró-Palestina ao redor do mundo. “Precisamos recorrer à mídia estrangeira para saber das marchas de centenas de milhares na Europa e até nos EUA, porque os donos da nossa imprensa não admitem que há 2 lados nessa guerra, não apenas o que eles apoiam”, declarou em seu perfil no X (ex-Twitter).
Gleisi afirmou que o que “incomoda tanto os donos mesquinhos” da imprensa nacional é o fato de o presidente Lula ter elevado o Brasil a um “protagonismo inédito na diplomacia internacional” e, principalmente, “por expor corajosamente os limites do sistema unipolar”.
A deputada também denominou a discussão sobre as declarações de Lula ao associar Israel ao termo “terrorismo” de “bizantina”. O adjetivo usado por Gleisi tem entre os significados o sentido de futilidade. Para ela, o objetivo da discussão sobre o tema foi para “no fundo sancionar a retaliação bárbara e desproporcional do governo Netanyahu aos condenáveis ataques do Hamas a civis de Israel”.
Nesta 4ª feira (15.nov), o Estadão publicou o artigo de opinião “Lula e a má-fé da esquerda”. No editorial, o jornal escreveu: “Ao chamar de ‘terrorista’ reação israelense ao massacre promovido pelo Hamas, Lula distorceu o cenário da guerra e confirmou ranço ideológico da esquerda primitiva”. Gleisi declarou que primitivo “é impor a lei do mais forte numa região ocupada por meio da violência”.
Já o O Globo disse, em editorial, que o “conflito em Gaza exige mais equilíbrio de Lula” e que o presidente “fez paralelo descabido” entre Israel e Hamas. “‘Desequilíbrio’ é escolher entre seres humanos os que podem ser mortos e aqueles que podem matar”, afirmou Gleisi.