A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, disse nesta 6ª feira (13.out.2023) que o governo trabalha em várias frentes para combater os incêndios florestais no Amazonas. Segundo ela, serão enviados mais 149 brigadistas, somando 289 com os agentes que estão lá, para ajudar. Afirmou que combater queimadas requer “competência técnica e persistência”.
“O principal vetor das queimadas é o desmatamento. Não existe fogo natural na Amazônia. Ou o fogo é feito propositalmente por criminosos, ou é a transformação da cobertura vegetal”, disse Marina em entrevista a jornalistas em Brasília.
O Amazonas decretou emergência ambiental por conta das crescentes queimadas que atingem o Estado. Na 4ª feira (11.out.2023), a fumaça colocou Manaus entre as cidades com a pior qualidade do ar no mundo.
O Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) registrou, nesta semana, 504 focos de queimadas na região. O município de Autazes, a 111 quilômetros de Manaus, registrou 105 focos (20,8% do total registrado no Estado).
Nesta 6ª feira, Marina também anunciou as seguintes medidas:
- doação de 200 kits de equipamentos para brigadistas;
- disponibilização de 2 helicópteros;
- reforço em campanhas para prevenção de incêndios florestais;
- intensificação da fiscalização e responsabilização dos instrutores;
- apoio com equipe especializada para resgate da fauna.
O ministro Waldez Góes (Desenvolvimento Regional) responsabilizou o governo de Jair Bolsonaro (PL) pela situação e afirmou que as políticas de prevenção ao desmatamento foram “abandonadas” nos últimos anos. Góes também disse que a previsão é de que os atuais incêndios florestais se prolonguem até novembro.
“É bom a população saber que o governo está integrado, coeso, orientado todos os dias pelo presidente Lula. Essa semana ele já falou com a Marina várias vezes e comigo, mesmo estando em recuperação no pós-cirurgia”, afirmou Góes.
Segundo ele, o governo deve editar, nos próximos dias, uma medida provisória determinando mais recursos para o combate às queimadas. Disse, porém, que é preciso concluir os planos de trabalho para que o dinheiro seja bem aproveitado.
Desmatamento
O ambientalista Rodrigo Agostinho, presidente do Ibama, afirmou que, de 2019 a 2023, 73,5% dos focos de incêndio no Amazonas foram registrados em áreas já desmatadas.
Agostinho declarou que o Amazonas sofre com incêndios criminosos agravados pela seca. Em 4 de outubro, uma equipe liderada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) viajou ao Estado para anunciar medidas de apoio.
Na ocasião, Alckmin anunciou o repasse de R$ 138 milhões para dragagem dos rios Madeira e Solimões, ajuda humanitária e reforço no combate a incêndios. O governo estuda indenizações para o período em que os pescadores foram prejudicados.