O Hamas condenou nesta 3ª feira (17.out.2023) a rejeição dada pelo Conselho de Segurança da ONU à resolução da Rússia sobre a guerra entre Israel e o grupo extremista.
Em comunicado divulgado em seu canal do Telegram, a organização afirma que as posições contrárias a proposta para estabelecer corredores humanitários em Gaza dão “sinal verde à ocupação sionista”.
O grupo também diz que a rejeição permite Israel a “cometer mais crimes e intensificar a guerra genocida contra mais de 2 milhões de cidadãos palestinos, numa violação flagrante das convenções, normas e leis internacionais e humanitárias”.
Leia a íntegra do comunicado (traduzido do inglês):
“O Movimento de Resistência Islâmica Palestino, Hamas, condena veementemente as posições dos países que votaram contra a proposta de resolução russo no Conselho de Segurança, que defende um ‘cessar-fogo humanitário’ para estabelecer corredores a fim de ajudar e resgatar civis na Faixa de Gaza.
“O Hamas sublinha que essas posições contrárias dão sinal verde à ocupação sionista, permitindo-lhes cometer mais crimes e intensificar a guerra genocida contra mais de 2 milhões de cidadãos palestinos, numa violação flagrante das convenções, normas e leis internacionais e humanitárias”.
O Conselho de Segurança da ONU rejeitou a proposta russa na 2ª feira (16.out). O texto pedia um cessar-fogo humanitário e condenava os ataques, mas não citava o Hamas. Teve 5 votos a favor, 4 contra (sendo 3 vetos de EUA, França e Reino Unido) e 6 abstenções, incluindo o Brasil.
O documento não passou porque qualquer resolução apresentada no órgão da ONU precisa de:
- pelo menos 9 dos 15 votos dos países integrantes para ser aprovada;
- nenhum veto de Reino Unido, China, França, Rússia ou Estados Unidos, as 5 nações permanentes do Conselho.
Além da Rússia, China, Gabão, Moçambique e Emirados Árabes Unidos votaram a favor da proposta. França, Japão, Reino Unido e EUA negaram a iniciativa. Albânia, Brasil, Equador, Gana, Malta e Suíça se abstiveram.
O Conselho de Segurança se reunirá novamente nesta 3ª feira (17.out) para votar a proposta de resolução brasileira. O Brasil, que está na presidência rotativa do conselho no mês de outubro, iniciou um processo de consulta entre os representantes diplomáticos das nações integrantes do órgão na 6ª feira (13.out).
O texto elaborado fala em uma condenação dos “ataques terroristas atrozes do Hamas” contra Israel. Também pede:
- a liberação dos reféns mantidos pelo Hamas;
- a permissão para ações humanitárias; e
- a revogação da ordem de retirada de civis do norte de Gaza dada por Israel.
Leia a proposta do Brasil na ONU para guerra entre Israel e Hamas aqui.
Entenda a guerra no Oriente Médio:
- o Hamas atacou Israel em 7 de outubro e reivindicou a autoria da ação;
- Benjamin Netanyahu declarou guerra ao Hamas e falou em destruir o grupo;
- Israel respondeu com bombardeios Faixa de Gaza e um cerco à região;
- o Hamas ameaçou matar reféns em retaliação à resposta militar israelense;
- depois de privar Gaza de água e alimentos, Israel preparou uma invasão por terra, água e mar;
- o conflito já deixou 4.265 mortos (1.400 israelenses e 2.865 palestinos);
- EUA e países europeus pediram que outros países fiquem de fora da guerra;
- Irã disse não ter relação com os ataques;
- Lula chamou os ataques de “terrorismo”, mas relativizou episódio;
- governo já repatriou 915 brasileiros na operação Voltando em Paz;
- 3 brasileiros morreram: Ranani Glazer, Bruna Valeanu e Karla Mendes.
- ANÁLISE – Conflito é entre Irã e Israel e potencial de escalada é incerto;
- OPINIÃO – Relação Hamas-Irã é obstáculo para a paz, escreve Claudio Lottenberg;
- ENTENDA – saiba o que é o Hamas e o histórico do conflito com Israel;
- VÍDEOS – veja imagens da guerra na playlist especial do Poder360 no YouTube.
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ENTENDA O QUE É O HAMAS
Leia mais sobre o conflito:
- Entenda a evolução de territórios palestinos e israelenses;
- Brasileiros em Israel relatam angústia e preocupação com segurança;
- Sirenes, bunkers e mísseis: brasileiros relatam o dia em Israel;
- Brasileiro mostra escassez de recursos no sul de Gaza;
- Retirada de civis de Gaza pode ser crime internacional, diz ONU;
- Guerra em Israel pode devastar economia global, diz economista