Um representante do hospital Al-Shifa, o maior da cidade de Gaza, emitiu um pedido de socorro para a comunidade internacional nesta 4ª feira (11.out.2023). As informações são da Al-Jazeera.
A declaração foi feita pouco depois que o Ministério da Saúde da Palestina anunciou que os serviços de saúde serão racionados. O órgão informou que, devido aos ataques israelenses e aos cortes de energia, o ato precisou ser tomado para “salvar os feridos na medida do possível”.
Na 2ª feira (9.out), o ministério palestino já havia emitido um alerta sobre a falta de medicamentos essenciais na Faixa de Gaza, afirmando que sofria “grave escassez” de remédio desde antes do inicio do conflito, além da falta de equipamentos médicos, descartáveis energia e combustível.
Além disso, um bombeiro vindo de Israel realizado na 3ª feira (10.out) teria danificado a estrutura hospitalar do território.
“O Ministério da Saúde confirma que os danos resultantes desses ataques às instalações de saúde na Faixa de Gaza têm um impacto negativo na prestação dos serviços de saúde necessários à população durante este período crítico”, afirmou a autoridade em uma nota à imprensa.
ENTENDA O CONFLITO
Embora seja o maior conflito armado na região nos últimos anos, a disputa territorial entre palestinos e judeus se arrasta por décadas. Os 2 grupos reivindicam o território, que possui importantes marcos históricos e religiosos para ambas as etnias.
O Hamas (sigla árabe para “Movimento de Resistência Islâmica”) é a maior organização islâmica em atuação na Palestina, de orientação sunita. Possui um braço político e presta serviços sociais ao povo palestino, que vive majoritariamente em áreas pobres e de infraestrutura precária, mas a organização é mais conhecida pelo seu braço armado, que luta pela soberania da Faixa de Gaza.
O grupo assumiu o poder na região em 2007, depois de ganhar as eleições contra a organização política e militar Fatah, em 2006.
A região é palco para conflitos desde o século passado. Há registros de ofensivas em 2008, 2009, 2012, 2014, 2018, 2019 e 2021 entre Israel e Hamas, além da 1ª Guerra Árabe-Israelense (1948), a Crise de Suez (1956), Guerra dos 6 Dias (1967), 1ª Intifada (1987) e a 2ª Intifada (2000). Entenda mais aqui.
Os atritos na região começaram depois que a ONU (Organização das Nações Unidas) fez a partilha da Palestina em territórios árabes (Gaza e Cisjordânia) e judeus (Israel), na intenção de criar um Estado judeu. No entanto, árabes recusaram a divisão, alegando terem ficado com as terras com menos recursos.
ATAQUE A ISRAEL
O Hamas, grupo radical islâmico de orientação sunita, realizou um ataque surpresa a Israel no sábado (7.out). Israel declarou guerra contra o Hamas e começou uma série de ações de retaliação na Faixa de Gaza, território palestino que faz fronteira com Israel e é governado pelo Hamas.
Os ataques do Hamas se concentram, até o momento, ao sul e ao centro de Israel. Caso o Hezbollah faça novas investidas na fronteira com o Líbano, um novo foco de combate pode se estabelecer ao norte de Israel.
O tenente-coronel israelense, Richard Hecht, afirmou que o país “olha para o Norte” e que espera que o Hezbollah “não cometa o erro de se juntar [ao Hamas]”.