O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse esperar que a população "não entre em uma bola de neve de empréstimos" ao comentar a possibilidade de beneficiários do Auxílio Brasil e do Benefício de Prestação Continuada (BPC) pegarem empréstimos consignados. "O ideal é não pegar empréstimo, mas tem gente que precisa pegar pra saldar outras dívidas, pra pagar um juros menor (sic)", disse Bolsonaro em entrevista ao Flow Podcast nesta segunda-feira, 8. A liberação dos empréstimos é criticada por especialistas em finanças, que alertam para uma possível alta no endividamento das famílias.
O presidente disse, no entanto, que a liberação dos recursos era uma demanda dos beneficiários dos auxílios. "Os próprios integrantes do BPC queriam isso daí. Agora, você é maior de idade", disse. O chefe do Executivo voltou a declarar que pediu nesta segunda, aos executivos de instituições financeiras, em evento na Federação Brasileira de Bancos (Febraban), a redução dos juros do consignado.
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Teto de gastos
Bolsonaro assumiu ter furado o teto de gastos em 2020. "Nós fizemos tudo isso com responsabilidade. O Paulo Guedes é um cara extremamente zeloso com o ministério dele. [...] A gente não vai dar pedalada. Se furar o teto, resposta vem de imediato, dólar vai lá pra cima", disse.
O presidente ainda deu uma estimativa de redução da inflação para este ano. "Chegou a bater 12%. Agora, a projeção é para 7%, talvez um pouquinho mais de 7% no corrente ano."
Bolsonaro também defendeu que o desfile do Sete de Setembro ocorra na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro. "Exército é povo", afirmou. A prefeitura da cidade, no entanto, contrariou o presidente e disse que a tradicional parada militar vai acontecer na Avenida Presidente Vargas, no centro da cidade.
Questionado se impôs sigilo de 100 anos sobre seu cartão de vacinação "só de sacanagem", o presidente respondeu que sim.
China
Bolsonaro também disse na entrevista que a China "precisa muito mais" do Brasil na relação comercial entre os países. "A China precisa da gente. Sem nós, eles passam fome", afirmou o presidente.
Questionado se comentários depreciativos em relação ao regime chinês não prejudicavam os vínculos diplomáticos, Bolsonaro reiterou o discurso de dependência da nação asiática. "Mas a China vai comprar de quem? Quando eu atingi a China, quando eu ataquei o regime chinês?", questionou.
O presidente e auxiliares têm histórico de declarações contra o País. Bolsonaro chegou a insinuar que o vírus da covid-19 foi fabricado na China, enquanto o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) comparou a pandemia ao acidente nuclear de Chernobyl, acusando o gigante asiático pela disseminação da doença. Então embaixador chinês no Brasil, Yang Wamming classificou a fala do parlamentar como "insulto maléfico".
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