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Indicado de Lula elogia autonomia do BC em sabatina

Publicado 28.11.2023, 11:08
Indicado de Lula elogia autonomia do BC em sabatina

Indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a diretoria do Banco Central, Rodrigo Alves Teixeira elogiou a autonomia da autoridade monetária nesta 3ª feira (28.nov.2023).

Senadores fazem a sabatina de Rodrigo Teixeira e Paulo Picchetti nesta 3ª feira (28.nov.2023) na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) para validar a indicação para a diretoria do BC.

Assista:

Teixeira classificou a lei de autonomia sancionada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2021 como um “avanço”. Lula já disse que é uma “bobagem” dizer que a independência da autoridade monetária resulta num Banco Central que “faz mais”. Já afirmou também que poderia rever a lei.

O indicado declarou que, ainda que os mandatos dos diretores do BC não coincidam com o período do governo eleito, a autonomia não “afasta a possibilidade de um diálogo entre ambos”. Defendeu ser preciso ter uma coordenação entre as políticas fiscal e monetária.

“A autonomia não retirou o compromisso com a sociedade e com a democracia, o que começa com as escolhas de seus dirigentes, que são indicados pelo presidente da República e passam pela aprovação do Senado Federal”, declarou.

Teixeira disse que há um diálogo frequente entre o presidente do BC, Roberto Campos Neto, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Disse que toda a sociedade pode ganhar “com essa coordenação” das políticas monetária e fiscal.

CRÍTICAS AO PASSADO

O indicado de Lula disse que o BC se baseia nos conhecimentos da teoria econômica, que é uma ciência humana “sujeita a erros”. Declarou que pode haver falhas na compreensão dos fenômenos e conexões internos, nas especificidades da economia brasileira e nas constantes transformações na sociedade.

Por isso, Teixeira avalia que a política monetária é alvo de debates, o que leva o BC a “frequentes críticas”.

“Tais críticas são naturais e são bem-vindas em uma democracia, já que a autonomia do Banco Central também não quer dizer que a autoridade monetária esteja acima da crítica. Ao contrário, isso aumenta a responsabilidade da instituição, que precisa prestar contas de sua atuação à sociedade e ao Poder Legislativo”, defendeu.

O economista disse que é preciso estar à frente da ciência econômica e abrir espaço para atualização e aprimoramento. Teixeira declarou que é preciso o Banco Central estar aberto a uma “saudável análise crítica das teorias e instrumentos que embasam a sua atuação”.

Afirmou, porém, que é preciso ter cautela nas possíveis mudanças as serem adotadas:

  • “Mudanças na política macroeconômica, em especial na política monetária, devem ser feitas com serenidade, transparência, embasamento técnico e fazendo uso de uma comunicação eficaz com a sociedade, sem solavancos e aventuras que caracterizaram alguns episódios ruins da história econômica brasileira, quando se buscou promover o crescimento ao custo da elevação descontrolada da inflação e do endividamento público”.

FUNCIONÁRIOS DO BC

Teixeira trabalhou 21 anos na autoridade monetária e criticou a falta de reestruturação das carreiras. Disse que foi indicado como representante dos funcionários públicos do BC.

“Considero um reconhecimento não apenas pessoal, mas a todos os servidores da casa. Aproveito o espaço para valorizar as carreiras do Banco Central. Há uma forte insatisfação atual dos servidores com as disparidades com as carreiras congêneres e a falta de concursos”, declarou Teixeira.

O economista declarou que há uma fuga de pessoas qualificadas para o mercado privado ou outras carreiras mais atrativas no setor público.

DIRETORIA DO BC

Rodrigo Alves Teixeira substituirá Maurício Moura como diretor de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta a partir de 1º de janeiro de 2024. Já Paulo Piccheti entrará no lugar de Fernanda Guardado, diretora de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos.

A decisão de Lula diminui a participação de mulheres no alto escalão da autoridade monetária. Em janeiro de 2024, só haverá uma mulher na diretoria do BC: Carolina de Assis Barros (Administração).

Rodrigo Teixeira e Paulo Picchetti terão mandatos que se encerram em 31 de dezembro de 2027. Saiba aqui quem são os indicados de Haddad para diretorias do BC.

RODRIGO ALVES TEIXEIRA

Se aprovado em sabatina no Senado, Rodrigo Teixeira será o novo diretor de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta. Substituirá Maurício Moura, que está desde abril de 2018 como diretor de Relacionamento do BC. Moura é concursado do BC e entrou na autoridade monetária em 2003.

Teixeira é formado em ciências econômicas pela USP (Universidade de São Paulo). Fez mestrado e doutorado na mesma instituição, concluindo em 2007. Fez curso do FMI (Fundo Monetário Internacional) sobre sustentabilidade da dívida pública. Atualmente, cursa pós-doutorado em administração pública pela FGV (Fundação Getúlio Vargas).

Ele entrou por concurso no Banco Central como analista em 2002. Trabalhou como assessor do Ministério do Planejamento e Orçamento de maio a dezembro de 2015, com o ex-ministro Nelson Barbosa. De 2012 a 2013, foi assessor econômico na pasta.

Trabalhou como vice-diretor do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), de 2011 a 2012.

Já foi integrante de grupos do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, e atualmente da ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos). O indicado é integrante do Conselho de Administração da EMGEA (Empresa Gestora de Ativos).

Teixeira trabalha atualmente como secretário especial adjunto da SAG (Secretaria de Análise Governamental) da Casa Civil. O economista já teve experiência como assessor especial da Subchefia da mesma pasta, de janeiro a maio de 2016, durante os últimos meses do governo Dilma Rousseff (PT).

O indicado também já foi membro do Conselho de Administração da CEAL (Companhia Energética de Alagoas), de outubro de 2015 a maio de 2016. Também integrou o Conselho Fiscal da SPDA (Companhia São Paulo de Desenvolvimento e Mobilização de Ativos). Na carreira acadêmica, deu aula de 2003 a 2009 na USP.

Rodrigo Alves Teixeira foi indicado para a Diretoria de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta | Sérgio Lima/Poder360 – 30.out.2023

PAULO PICCHETTI

Se aprovado em sabatina no Senado, Paulo Pichetti ocupará a diretoria de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos. A vaga é ocupada atualmente por Fernanda Guardado.

Pichetti obteve o título de mestre em economia pela USP (Universidade de São Paulo) em 1991 e o de doutor pela Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, em 1995. É professor na Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas. O foco da sua formação está em Métodos Quantitativos em Economia. Atua principalmente em temas relacionados a greves, teoria dos jogos e econometria.

Picchetti coordena o Índice de Preços ao Consumidor Semanal na Fundação Getúlio Vargas. Também já foi coordenador de índice de preços na Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas.

Picchetti fez mestrado de 1987 a 1991. O doutorado começou e 1991 e terminou em 1995. Tornou-se professor da FGV em 2007 e ainda dá aulas na instituição.

Paulo Picchetti foi indicado para a Diretoria de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos | Sérgio Lima/Poder360 – 30.out.2023

INDICAÇÕES

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou Rodrigo Alves Teixeira e Paulo Picchetti para as diretorias do Banco Central em 30 de outubro, há 29 dias.

Teixeira substituirá o diretor de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta, Maurício Moura. Já Picchetti ficará no lugar da diretora de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos, Fernanda Guardado. Ambos os indicados terão mandatos que terminam em 31 de dezembro de 2027.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) indicou 4 diretores, ao todo, para a autoridade monetária, mas ainda não obteve a maioria, de 8 diretores e 1 presidente. Leia os indicados:

  • Ailton Aquino – Fiscalização;
  • Gabriel Galípolo – Política Monetária;
  • Rodrigo Alves Teixeira – Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta;
  • Paulo Picchetti – Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos.

O Copom (Comitê de Política Monetária) é formado pelos diretores e presidente do BC. Define a taxa básica, a Selic, que está em 12,25% ao ano. O presidente do BC, Roberto Campos Neto, foi alvo de críticas de Lula e integrantes do governo pelo patamar dos juros.

O chefe do Executivo só conseguirá ter maioria no Copom no início de 2025, quando encerram os mandatos de Otavio Damaso (Regulação), Carolina de Assis Barros (Administração) e do presidente do BC, Campos Neto. O regime de mandatos foi criado em 2021 depois de votação no Congresso para reduzir influências do Poder Executivo na autoridade monetária. Por isso, os mandatos são de 4 anos, mas não coincidem com a mudança de presidente da República.

Raphael Ribeiro/BCB – 27.out.2023 Diretores em reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) Cada diretor vota pela decisão de política monetária. A escolha da maioria prevalece. A composição da equipe em 9 pessoas impede que haja empate na decisão de política monetária. Os diretores se reúnem a cada 45 dias para definir os juros. Os encontros duram 2 dias, sempre às terças e quartas-feiras.

Segundo o calendário, a próxima reunião será em 12 e 13 de dezembro de 2023 –ainda com a formação sem Rodrigo Teixeira e Paulo Picchetti. A decisão do Copom é divulgada no 2º dia (4ª feira) por meio de comunicado na página do BC. Já a ata da reunião é publicada 4 dias úteis depois da data de realização dos encontros. Ou seja, na 3ª feira seguinte. Saiba mais aqui.

Ao definir a taxa Selic (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia), o Banco Central compra e vende títulos públicos federais para manter os juros próximos ao valor estabelecido na reunião. A Selic é o principal instrumento para controlar a inflação oficial do país. O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) mede a taxa oficial do país.

Leia mais em Poder360

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