O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou nesta 2ª feira (18.set.2023) que o governo vai priorizar a indústria nacional no desenvolvimento de tecnologias para produção de hidrogênio verde. Segundo ele, o país tem vários Estados aptos para receber esses investimentos e se tornarem hubs de exportação de energia.
“O Brasil será o país de descarbonização do planeta através do hidrogênio verde. Estamos com Estados extremamente preparados, em especial os Estados litorâneos, como o Espírito Santo e o Nordeste brasileiro, para serem grandes hubs de exportação de energia limpa através do hidrogênio verde. E nós queremos e privilegiaremos as cadeias nacionais da indústria para poder gerar oportunidade dentro do Brasil”, disse.
A declaração foi dada em Nova York (Estados Unidos), durante o evento “Brasil em foco: mais verde e comprometido com o desenvolvimento sustentável”, realizado pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) e a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
O ministro defendeu o desenvolvimento de uma cadeia nacional para produção de eletrolisadores, dispositivo que permite produzir hidrogênio por meio de um processo químico (eletrólise) capaz de quebrar as moléculas da água em hidrogênio e oxigênio através da eletricidade. Ele comparou a oportunidade com o desenvolvimento da energia solar.
“Nós não perdemos oportunidades, como perdemos na questão das placas solares. O Brasil expande sua linha de energia solar como poucos países no planeta, mas não produz placas. Não aproveitamos essa oportunidade. Agora queremos discutir a cadeia de eletrolisador, queremos discutir a cadeia indústria dentro do Brasil, e queremos que as duas grandes empresas nacionais, a Vale (BVMF:VALE3) e a Petrobras (BVMF:PETR4), sejam protagonistas na descarbonização das suas cadeias internas e no Brasil como um todo”, afirmou.
Questionado sobre os principais desafios para o país ampliar a participação das fontes renováveis na matriz energética, Alexandre Silveira afirmou que o maior gargalo é a transmissão. Ele citou 3 grandes leilões de linhas que o governo vai fazer até o início do próximo ano. Também mencionou como desafio a necessidade de garantir segurança no fornecimento.
Como as fontes eólica e solar dependem de sol e vento para fornecerem energia, são intermitentes. Embora sejam importantes para a expansão da geração de forma a reduzir as emissões de carbono, não contribuem no quesito segurança nos momentos de pico quando outras fontes (como a hídrica) forem insuficientes.
“Nós precisamos de criar ambiente para conciliar, não perder a grande prioridade na questão de energia, que é a segurança de suprimento, que precisamos para a nossa indústria gerar emprego e renda, para os nossos lares e para a iluminação pública. Essa segurança é o grande pilar do setor energético brasileiro”.