O sinal de internet e telefone estão sendo “gradativamente restaurados” na Faixa de Gaza, informou neste domingo (29.out.2023) a empresa de telecomunicações Paltel.
“Nossas equipes técnicas estão abordando diligentemente os danos à infraestrutura da rede interna sob condições desafiadoras”, escreveu a companhia em post no X.
O grupo de monitoramento NetBlocks confirmou que o sinal de internet está sendo normalizado. “Dados de rede em tempo real mostram que a conectividade com a Internet está sendo restaurada na Faixa de Gaza”, escreveu no X.
Na noite de 6ª feira (27.out), a Faixa de Gaza perdeu a conexão com a internet por causa de ataques aéreos israelenses. Cerca de 2,3 milhões de residentes ficaram incomunicáveis, aumentando as preocupações humanitárias e de segurança.
A OMS (Organização Mundial de Saúde) comunicou na noite de 6ª feira (27.out) ter perdido o contato com seus colaboradores e instalações de saúde em Gaza. Alertou para a saúde de pacientes vulneráveis e a impossibilidade de enviar ambulâncias para socorrer feridos.
A Sociedade do Crescente Vermelho da Palestina, que integra a Cruz Vermelha, também emitiu um comunicado afirmando que a interrupção causaria problemas nos serviços médicos de emergência em Gaza, que já relatou um colapso total dos hospitais no território. A entidade afirmou ter “perdido completamente” o contato com seus centros de operação e com as equipes atuantes na região.
O “apagão” em Gaza também interferiu na divulgação de mortos e feridos. Os dados estavam sendo publicados pelo Ministério da Saúde Palestino, que é controlado pelo Hamas, em redes rociais e no site oficial do órgão, que chegou a ficar fora do ar. Alguns dos principais canais de comunicação do grupo extremista no Telegram também foram desconectados.
Em meio a esse cenário, o dono do X e da SpaceX, Elon Musk, disse neste sábado (28.out) que a Starlink –internet de banda larga da SpaceX– apoiaria links de comunicação na Faixa de Gaza com organizações humanitárias.
Israel, no entanto, se opôs à ajuda. O ministro das Comunicações israelense, Shlomo Karhi, disse que Israel não permitirá esse tipo de ajuda, pois o Hamas utilizaria a internet da Starlink para “atividades terroristas”.