O presidente de Israel, Isaac Herzog, afirmou neste domingo (15.out.2023) que o país está “sob alerta”, com “punho de ferro” no enfrentamento ao grupo extremista Hamas, e pediu para que o Irã “não cometa nenhum erro”. A declaração foi dada em entrevista à CNN Internacional.
“Nós não queremos entrar em guerra com ninguém. Estamos muito cautelosos. Estamos recebendo ataque nas fronteiras, estamos retaliando, mas, de forma clara, tentamos ter todo o cuidado possível para prevenir essas situações acontecerem. O povo israelense está sob alerta”, afirmou.
O presidente de Israel afirmou que os iranianos “gastaram bilhões de dólares com o terror” no Oriente Médio. “Essa é a agora uma situação estratégica e a ideia é mover no sentido da integração e do estabelecimento de paz na região”, disse Herzog.
Na 5ª feira (12.out), o ministro dos Negócios Estrangeiros do Irã, Hosein Amir-Abdolahian, disse que, se os bombardeios de Israel à Faixa de Gaza não forem interrompidos, a guerra pode se desdobrar em “outras frentes” –em referência à possível entrada de outros grupos pró-Palestina no conflito, como o libanês Hezbollah.
Reportagem do Wall Street Journal publicada no domingo (8.out) –um dia depois do ataque do Hamas a Israel– afirmou que o Irã apoiou o grupo extremista palestino e também o Hezbollah.
O país negou ter envolvimento com o conflito. Entretanto, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, Nasser Kanaani, celebrou o ataque do Hamas ao afirmar que teria sido “um ponto de virada no processo de resistência armada da população palestina contra os sionistas” e inaugurado “um novo capítulo no domínio da resistência”.
Como mostrou o Poder360, a possível entrada do Irã na guerra em Israel faria os preços do petróleo disparar. O Hamas tem relação duradoura com o país, potência militar e econômica que já forneceu apoio político, financeiro e armamentos à organização ao longo de anos.
Além de um arsenal militar robusto, um envolvimento do Irã teria impactos econômicos globais, em especial por causa da maior vantagem geopolítica do país: o controle do estreito de Ormuz.
Segundo dados do CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura), o preço do barril deve ficar em US$ 86,50. Entretanto, se o estreito de Ormuz for fechado, este valor pode disparar. Estimativas iniciais indicam um possível aumento nos preços do barril para US$ 110.