O embaixador israelense na ONU, Gilad Erdan, mostrou nesta 5ª feira (26.out.2023) imagens de um civil sendo decapitado durante o ataque do grupo extremista Hamas a Israel em 7 de outubro. Os registros foram exibidos na sessão emergencial da Assembleia Geral das Nações Unidas para discutir a escalada do conflito no Oriente Médio.
Segundo o embaixador, o homem que aparece sendo decapitado no vídeo com uma “ferramenta de jardinagem” era um trabalhador rural da Tailândia que não seria “nem israelense, nem judeu”.
“Israel não está em guerra com seres humanos. Nós estamos em guerra com monstros”, declarou. Erdan disse que distribuiria QRCodes que levariam para outros registros das “atrocidades cometidas pelo Hamas”. Ele cita que as imagens contêm israelenses sendo “estuprados, mortos e queimados vivos”.
Assista (1min46s):
“Não há palavras em qualquer idioma para descrever a maldade que acabamos de testemunhar nas mãos de um militante do Hamas”, declarou.
Na ONU, o representa de Israel disse que o conflito que iniciou em 7 de outubro “não tem nada a ver” com os palestinos na Faixa de Gaza.
“Isso não é uma guerra com os palestinos. Israel está em guerra com a organização terrorista Hamas, que tem objetivos genocidas. É a democracia de Israel, que segue a lei, contra os nazistas modernos”, disse.
Erdan afirmou que o Hamas não se preocupa com o povo palestino e que o único objetivo do grupo extremista é “aniquilar Israel e assassinar cada judeu na face da Terra”. Disse que o Hamas é o Estado Islâmico de Gaza assim como a Isis era do Iraque e da Síria.
“Assim como foi feito com o ISIS, o Hamas não deve mais existir […] Não por vingança, não por retaliação. Mas para garantir que tal depravação e atrocidade nunca mais ocorra”, disse o embaixador de Israel.
Fala palestina
O observador permanente da Palestina na ONU, Riyad Mansour, afirmou que os palestinos também estão sofrendo, mas que o representante de Israel pediu para “libertar os reféns e, em seguida, fez reféns 2 milhões de palestinos”.Mansour disse que 1.000 palestinos são mortos todos os dias na Faixa de Gaza, acrescentando que nada justifica crimes de guerra e crimes contra a humanidade. “Por que não há sentimento de urgência para pôr fim às mortes?”, questionou.
O número de mortos na guerra entre Israel e o Hamas chegou a 8.536 nesta 5ª feira (26.out), segundo a última atualização do Ministério da Saúde palestino e da Al Jazeera (canal estatal do governo da monarquia do Qatar, que transmite notícias 24 horas em inglês). Estão divididos da seguinte forma:
- 7.131 palestinos mortos e 19.275 feridos;
- 1.405 israelenses mortos e 5.431 feridos.
O representante palestino ainda afirmou em seu pronunciamento na sessão extraordinária que, ao tentar justificar a ação israelense no território, a entidade internacional retrocede 80 anos. “O único caminho a seguir é a justiça para o povo palestino”, disse.
“Vote para deter os assassinatos, vote para interromper essa loucura […] Escolha a justiça, não a vingança. Escolha a paz, não mais guerras. Vote para encerrar quase três semanas dos piores padrões duplos que vimos em décadas. Não perca esta oportunidade. Vidas estão em jogo. Por favor, salve vidas, salve vidas, salve vidas”, concluiu.
A Assembleia Geral volta a se reunir na 6ª feira (27.out).