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Justiça libera trabalho aos domingos e feriados a rede de farmácias

Publicado 18.11.2023, 10:17
© Reuters.  Justiça libera trabalho aos domingos e feriados a rede de farmácias

A Justiça do Trabalho do Rio Grande do Sul emitiu uma liminar –decisão provisória e ainda pendente de aprovação definitiva, mas já válida– na 6ª feira (17.nov.2023) que revoga por 60 dias a portaria (nº 3.665) do governo federal sobre o trabalho do setor de comércios aos domingos e feriados para a rede de farmácias Dimed. A medida do Ministério do Trabalho e Emprego diz que os funcionários do segmento só poderiam trabalhar nesses dias com autorização das convenções trabalhistas.

A revogação se deu a pedido da companhia com sede no território gaúcho. A justificativa da Justiça para atender à demanda se deu devido à insegurança jurídica que a medida do governo trazia. Eis a íntegra da decisão (PDF – 88 kB).

Os auditores do trabalho não poderão multar a Dimed por funcionários que trabalharem aos domingos e feriados durante os 60 dias de vigência da liminar.

A Dimed é uma das maiores redes de farmácias do Rio Grande do Sul. É varejista de produtos que vão de remédios a itens de beleza.

“Há risco inerente à supressão dos serviços à coletividade –de forma abrupta e desavisada, reitero– à população que dele necessita, com violação aos princípios da legalidade, da segurança jurídica, da razoabilidade e da proporcionalidade”, diz a decisão, assinada pela juíza Simone Moreira.

ENTENDA

O ministro Luiz Marinho (Trabalho e Emprego) assinou uma portaria em 13 de novembro determinando que funcionários do comércio só poderão trabalhar aos domingos e feriados em acordo com a convenção coletiva de trabalho.

Os sindicatos poderão cobrar taxas, chamadas de “contribuição negocial”, para firmar acordos sobre o trabalho aos domingos e feriados.

O ministro mudou as normas de uma portaria, assinada em 2021, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que dava permissão permanente.

A nova regra foi instituída às vésperas do feriado de Proclamação da República, em 15 de novembro.

Senadores e deputados se mobilizaram para protocolar projetos que visam revogar a nova regra do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Congresso Nacional.

Eis o que propôs a medida:

  • regra de novembro 2021 – a decisão sobre trabalhar em feriados dependia só de cláusula no contrato de trabalho, desde que respeitada a jornada da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho);
  • regra de novembro de 2023 – só pode haver convocação para o trabalho se a decisão foi por meio de convenção coletiva da categoria de trabalhadores.

Reprodução/Diário Oficial Imagem da portaria no Diário Oficial da União As seguintes áreas passariam a ser fiscalizadas pelos sindicatos quanto a folgas em dias de feriado:

  • comércio em geral;
  • comércio varejista em geral;
  • comércio em hotéis;
  • varejistas de peixe;
  • varejistas de carnes frescas e caça;
  • varejistas de frutas e verduras;
  • varejistas de aves e ovos;
  • varejistas de produtos farmacêuticos (farmácias, inclusive manipulação de receituário);
  • comércio de artigos regionais nas estâncias hidrominerais;
  • comércio em portos, aeroportos, estradas, estações rodoviárias e ferroviárias;
  • atacadistas e distribuidores de produtos industrializados;
  • revendedores de tratores, caminhões, automóveis e veículos similares.
O Brasil tem ao menos 5,7 milhões de empresas do setor de comércio, incluindo MEIs (microempreendedores individuais) até novembro, segundo o governo federal. O valor representa 27% do total de 21,7 milhões de pessoas jurídicas do país.

Leia mais:

  • Saiba quais serão os feriados nacionais e pontos facultativos de 2024;
  • Lula proíbe acordo direto do comércio sobre trabalho em feriado;
  • Entidades sindicais celebram nova regra sobre trabalho em feriado;
  • Entidades do comércio dizem que regra sobre feriados traz insegurança jurídica;
  • Nova regra de trabalho em feriado “sabota a economia”, diz Marinho;
  • Oposição quer decreto legislativo contra nova regra trabalhista;
  • Após críticas, governo diz que mudança trabalhista é legal;
  • Nova regra de trabalho não deve afetar Natal, diz central sindical;
  • Nova regra do trabalho vai empoderar sindicatos, diz Bolsonaro.

Leia mais em Poder360

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