BRASÍLIA (Reuters) - O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta quinta-feira que não deseja antecipar as discussões sobre sua sucessão no comando da Casa, mas admitiu que irá trabalhar por um nome que conte com o apoio tanto do PT, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quanto do PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Em entrevista à GloboNews, Lira avaliou que antes de pensar na eleição de um cargo que considera "administrativo", o Legislativo precisa se dedicar a temas prioritários, como a votação da regulamentação da reforma tributária.
"Eu só não acho justo antecipar um assunto que vai nos dividir -- ou pode não somar nada agora -- em detrimento de tantas matérias importantes como nós temos", disse o presidente da Câmara.
Lira ponderou que foi eleito para o posto com o apoio dos adversários PT e PL, e disse que "essa é uma situação que eu sempre vou trabalhar".
"Vou buscar a união de tantos quantos partidos eu puder para isso", afirmou.
Questionado sobre o que Lula teria dito a ele sobre o tema em conversa que ambos tiveram no fim de semana, e se o petista sinalizou apoio a algum candidato, o deputado afirmou que "o que o presidente Lula tem dito, tem referendado, é que eu tenho o direito de fazer o meu sucessor, como ele vai querer fazer o dele".
O presidente da Câmara vinha expondo publicamente suas insatisfações em relação ao governo, principalmente com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, a quem chamou de "incompetente". Mas o tom mudou após a mobilização do governo que incluiu a participação direta de Lula, que o chamou para a conversa.
(Reportagem de Maria Carolina Marcello)