O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve ligar para o presidente de Israel, Isaac Herzog, às 16h30 desta 5ª feira (16.nov.2023) para agradecer pela saída do 1º grupo de brasileiros da Faixa de Gaza. Os resgatados dependiam da proteção de um corredor humanitário por parte de Tel Aviv para se deslocar em segurança até a fronteira com o Egito, onde puderam embarcar para o Brasil em um avião da FAB (Força Aérea Brasileira). As negociações pela liberação do grupo demoraram cerca de 1 mês e dependeram da anuência de Israel e do Egito.
Herzog, no entanto, tem pouco poder no establishment político do país, governado de fato pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. É ele quem comanda a ofensiva militar israelense contra o grupo extremista Hamas na Faixa de Gaza. Desde o início do conflito, em 7 de outubro, não houve tentativa concreta da diplomacia brasileira para combinar uma conversa entre Lula e Netanyahu porque o chefe israelense tem conversado só com quem considera aliado.
Será o 2º telefonema de Lula com Herzog. Em 12 de outubro, o chefe do Executivo brasileiro disse ter reiterado seu apelo pela criação de um corredor humanitário na Faixa de Gaza para que as pessoas que desejassem deixar o local pudessem sair pela fronteira com o Egito.
Ao todo, 32 pessoas chegaram na aeronave na noite de 2ª feira (13.nov): 24 brasileiros, 7 palestinos com residência no país e outros 3 parentes dos repatriados. Lula, a primeira-dama Janja da Silva e ministros do governo estavam presentes no local do desembarque para receber o grupo.
“A gente vai tentar fazer todo esforço que estiver ao alcance da diplomacia brasileira para tentar trazer os brasileiros que lá estão e que querem voltar ao Brasil. […] Enquanto tiver a possibilidade de tiramos uma pessoa, nem que seja uma só pessoa da Faixa de Gaza, nós estaremos à disposição”, afirmou Lula no dia da chegada dos repatriados.
Na ocasião, o petista acusou Israel de cometer “atos de terrorismo” semelhantes ao grupo extremista Hamas ao atacar hospitais na Faixa de Gaza e bombardear locais com a presença de crianças.
“Nunca vi uma violência tão brutal, tão desumana contra inocentes. Se o Hamas cometeu um ato de terrorismo, o Estado de Israel também está cometendo um ato de terrorismo”, declarou.