O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou nesta 4ª feira (1º.nov.2023) uma operação de GLO (Garantia da Lei e da Ordem) nos portos de Itaguaí (RJ), Rio de Janeiro e Santos (SP) e nos aeroportos do Galeão (RJ) e de Guarulhos (SP). A operação estará ativa até maio de 2024. O objetivo é combater o crime organizado que usa esses locais para o tráfico de armas e drogas.
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), esteve em Brasília na última semana para pedir apoio federal no combate ao crime organizado no Estado. Em 23 de outubro, 35 ônibus e 1 trem foram queimados em resposta a uma operação policial que acabou com a morte de um miliciano. Foi um dos piores episódios de conflito com milícias na capital fluminense. A GLO é uma resposta a isso.
Segundo Lula, a operação não é necessária em faixas de fronteira do Brasil com outros países. Nesses locais, o Exército e a Aeronáutica fortalecerão ações com ênfase no Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Já a Marinha ampliará a atuação na Baía de Guanabara; na Baía de Sepetiba; nos acessos marítimos ao Porto de Santos e no Lago de Itaipu.
A Constituição garante ao presidente convocar as Forças Armadas nos casos em que há o esgotamento das forças de segurança pública tradicionais em situações consideradas graves perturbações da ordem. Segundo o ministro da Justiça, Flávio Dino, com a GLO, militares passam a ter poder de polícia nesses locais e podem fazer “de tudo”, desde revistas, policiamento e prisões.
Na última 6ª feira (27.out), Lula disse em café com jornalistas que não decretaria a GLO no Rio para conter a crise “enquanto for presidente”. Disse que não cabe a militares ficar nas favelas “brigando com bandido”.
Já havia dito também que a última experiência de GLO Rio foi cara e não deu resultados. “Não vamos fazer nenhuma intervenção como foi feita há pouco tempo atrás em que se gastou uma fortuna com o Exército no Rio e não se resolveu nada. Quando se faz intervenção abrupta, os bandidos tiram férias. Quando termina a intervenção, eles voltam”, disse.
Flávio Dino justificou as declarações no presidente dizendo que ele se referia a operações nas ruas e bairros quando criticava a implementação de uma GLO. “Não é isso que está ocorrendo agora. Essas GLOs incidem em áreas que já são federais, porque a GLO é o melhor caminho para ação integrada entre Polícia Federal e Forças Armadas”, defendeu o ministro.