O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta 4ª feira (22.nov.2023) que Israel e o Hamas poderiam “nem ter começado a guerra” ao citar o acordo para cessar-fogo na Faixa de Gaza.
“Vocês viram que foi feito um acordo ontem [21.nov], depois de 14.000 mortos, depois quase 6.000 desaparecidos, depois de quase 6.000 crianças mortas, depois de centenas de mulheres fazerem cesariana para poder tirar o filho antes de morrer. Depois de tudo isso, os insanos que fizeram a guerra resolvem fazer um pacto de 4 dias quando poderia nem ter começado a guerra”, disse.
Israel aprovou na 3ª feira (21.nov.2023) um acordo de cessar-fogo com o Hamas que determina a libertação de reféns detidos pelo grupo extremista na Faixa de Gaza. A decisão se deu depois de uma série de reuniões entre o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e outras autoridades do governo.
Na 1ª fase do acordo, o Hamas deve libertar cerca de 50 mulheres e crianças israelenses com menos de 19 anos detidas em Gaza, enquanto Israel deverá soltar aproximadamente 150 prisioneiros palestinos –a maioria sendo mulheres e menores de idade– durante um cessar-fogo de 4 dias.
Em comunicado publicado pelo Hamas nesta 4ª feira (22.nov) no Telegram, o grupo extremista detalha outros termos do acordo. São eles:
- proibição do tráfego aéreo no sul de Gaza por 4 dias;
- proibição do tráfego aéreo no norte de Gaza por 6 horas em cada dia de trégua;
- livre circulação de pessoas, especialmente na rua Salah Al-Din, para facilitar o deslocamento do norte para o sul da Faixa de Gaza;
Com a chegada dos 22 brasileiros que estavam na Faixa de Gaza e seus 10 familiares palestinos a Brasília na 2ª feira (13.nov.), o presidente Lula escalou o tom das críticas a Israel. Comparou a reação israelense ao Hamas a atos de terrorismo por conta das mortes de civis palestinos em 3 ocasiões. Já os atos do grupo extremista foram classificados pelo presidente como terroristas em 7 discursos.