BRASÍLIA (Reuters) -O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou neste domingo intervenção federal na segurança pública do Distrito Federal até 31 de janeiro deste ano após a invasão e depredação por bolsonaristas extremistas das sedes dos Três Poderes da República, e culpou o ex-presidente Jair Bolsonaro por ter estimulado os atos de vandalismo.
O presidente --que tomou posse exatamente há uma semana em cerimônias no Planalto e no Congresso, prédios agora vilipendiados-- acusou Bolsonaro de ter estimulado esses atos.
"Esse genocida não só provocou isso, não só estimulou isso, como, quem sabe, está estimulando ainda pelas redes sociais, lá de Miami onde ele foi descansar. Na verdade, ele fugiu para não me colocar a faixa", disse Lula, que está em Araraquara (SP) para avaliar danos causados pela chuva na cidade, em um rápido pronunciamento.
"Todo mundo sabe que tem vários discursos do ex-presidente da República estimulando isso", emendou, ao destacar que a ação dos extremistas também é responsabilidade dos partidos que sustentam Bolsonaro e prometendo que todos os envolvidos serão punidos.
Lula afirmou que os envolvidos serão identificados e punidos de forma exemplar.
"Eles invadiram, quebraram muitas coisas e, lamentavelmente, quem tem que fazer a segurança do Distrito Federal é a Polícia Militar do DF, que não fez. Houve, eu diria, incompetência, má vontade ou má fé das pessoas que cuidam da segurança pública do Distrito Federal, não é a primeira vez", disse.
"Eu espero que a partir desse decreto a gente possa não só cuidar da segurança do Distrito Federal, mas garantir de uma vez por todas que isso não se repetirá no Brasil. É preciso que essa gente seja punida de forma exemplar, que essas pessoas sejam punidas de forma que ninguém nunca mais ouse, com a bandeira nacional nas costas, com a camiseta da seleção brasileira, para se fingirem de nacionalistas, se fingirem de brasileiros, façam o que eles fizeram hoje", reforçou.
Lula indicou o secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Garcia Capelli, como o interventor federal da segurança pública do Distrito Federal, subordinado diretamente a ele e com amplos poderes sobre essa área da capital do país.
(Reportagem de Ricardo Brito e Lisandra ParaguassuEdição de Pedro Fonseca)