O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse ao presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, que o Brasil estará em qualquer instância que quiser negociar a paz entre russos e ucranianos. Os chefes de Estados se encontraram em Nova York, onde participam da Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas). O relato foi feito pelo ministro das Relações Exteriores brasileiro, Mauro Vieira, que disse que a conversa entre os 2 presidentes terminou com “entendimento mútuo”.
“Foi um encontro muito importante, houve um entendimento mútuo muito bom. Ambos os presidentes deram instruções aos seus ministros do Exterior para continuar trabalhando em temas bilaterais e temas multilaterais e continuar discutindo a questão da paz”, afirmou Vieira.
Este foi o 1º encontro presencial entre os chefes de Estado. Em março, Lula e Zelensky conversaram por telefone. No Japão, durante a cúpula do G7, em maio, o brasileiro disse que o ucraniano não compareceu a uma reunião que estava prevista entre os 2.
“Tivemos uma boa conversa sobre a importância dos caminhos para construção da paz e de mantermos sempre o diálogo aberto entre nossos países”, escreveu Lula em seu perfil no X (ex-Twitter).
Na 3ª feira (19.set), Zelensky acompanhou da plateia o discurso de Lula na abertura da 78ª Assembleia Geral da ONU. Na ocasião, o petista afirmou que a guerra na Ucrânia “escancara” a incapacidade dos países integrantes das Nações Unidas de fazer prevalecer a paz.
Zelensky já criticou o posicionamento de Lula sobre a guerra em seu país. Ele cobra uma resposta mais dura do Brasil em relação ao governo russo.
Mauro Vieira disse que não foram discutidos temas específicos da guerra, como a negociação para que a Ucrânia ceda parte de seu território à Rússia. Segundo ele, são assuntos que só dizem respeito aos 2 países, mas repetiu que o Brasil está disposto a participar de qualquer conversa que leve à paz na região.
Vieira declarou que não houve controvérsia nas falas de Lula sobre a guerra ao longo do ano, mesmo que o petista tenha sido criticado pela Ucrânia, União Europeia e até pelo os EUA por dividir a responsabilidade do conflito entre Ucrânia e Rússia, sendo que foi o 2º que invadiu o 1º.
“Não acho que houvesse declarações desencontradas. O que houve hoje foi um entendimento mútuo muito bom. O presidente Zelensky explicou todas as suas posições, não só com relação [a guerra]. O tempo todo da reunião não foi dedicado a falar de guerra. Falamos das relações bilaterais e da reforma da governança global”, declarou.