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Lula diz que Bolsonaro aumentou Auxílio por reeleição, mas promete manter R$ 600

Publicado 15.08.2022, 09:36
© Reuters

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que Jair Bolsonaro (PL) aprovou o valor de R$ 600 do Auxílio Brasil, o ex-Bolsa Família, até dezembro apenas como estratégia para garantir sua reeleição ao Palácio do Planalto, mas prometeu manter o benefício, caso eleito. O petista fez uma transmissão ao vivo nas redes sociais neste sábado 13, ao lado do deputado federal André Janones (Avante-MG), que retirou sua pré-candidatura para apoiar Lula.

"Enquanto não se acabar com a fome e a miséria não se pode acabar com o auxílio emergencial. Você pode inclusive criar uma convulsão nesse País se tirar o pouquinho de possibilidade que esse povo tem", disse Lula. "Não há como tirar o benefício sem que a gente recupere a economia brasileira, sem gerar emprego, sem resolver a fome", afirmou.

O adicional de R$ 200 para o Auxílio Brasil, que eleva o valor mínimo do benefício de R$ 400 para R$ 600, será válido entre agosto e dezembro deste ano. O acréscimo foi permitido pelo Congresso a partir da aprovação de Proposta de Emenda à Constituição (PEC), que prevê gastos de R$ 41,2 bilhões em benefícios a cadastrados no programa, além de algumas categorias profissionais específicas, como os caminhoneiros.

Lula também disse não haver explicação para existir fome em um País com as dimensões e a capacidade produtiva de alimentos que tem o Brasil - a estimativa é de 33 milhões de pessoas nessa condição atualmente. "Não existe explicação para você ver uma mulher na fila do açougue pegando um osso, ou para você ver as pessoas pegando lixo para comer ou ver as pessoas na rua com o papelzinho escrito pedindo comida, dizendo que estão com fome", disse o ex-presidente. "E com criança, coisa que a gente já não via há muito tempo", acrescentou.

O Brasil é o terceiro país que mais produz proteína animal no mundo, atrás apenas da China e dos Estados Unidos, de acordo com a base de dados das perspectivas agrícolas da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).

"O Brasil exporta quase toda a carne que produz, então qual é a explicação do povo não ter o que comer?", questionou Lula, trazendo dado de que o Brasil seria o maior produtor de proteína animal do mundo. De acordo com o ex-presidente, os pequenos e médios produtores agrícolas não estão recebendo o auxílio necessário para produzir alimentos. "O Pronaf não atendeu para as pessoas produzirem mais arroz, mais feijão", disse.

"Precisamos voltar a compreender que é preciso um conjunto de políticas públicas que envolvam o pequeno produtor rural, o microempreendedor na cidade, o trabalhador que está desempregado, precisa envolver todo mundo para que a economia volte a funcionar", afirmou Lula.

Para o ex-presidente, Bolsonaro garantiu o auxílio emergencial em uma época próxima às eleições para obter ajuda em sua campanha. "Se esse dinheiro cair na sua conta, pegue e coma, porque senão o Guedes toma, essa é a lógica", aconselhou Lula ao público que assistia a transmissão. "Nós temos que dizer em alto e bom som para o povo brasileiro, não há como acabar com o auxílio emergencial sem que a gente recupere a economia brasileira", afirmou.

Além da transmissão realizada neste sábado, Janones afirmou que fará outras ao lado de Lula, com a possibilidade de interação dos eleitores. O deputado federal por Minas Gerais tem mais de 8 milhões de seguidores no Facebook (NASDAQ:META) e é considerado um especialista em redes sociais e comunicação digital, área que acumula falhas na campanha petista.

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