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Lula diz que tirar Brasil do Mapa da Fome é compromisso mais urgente do governo

Publicado 24.07.2024, 13:02
© Reuters. Presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante entrevista a agências internacionais no Palácio do Planalton22/07/2024 REUTERS/Andressa Anholete

Por Marcela Ayres e Bernardo Caram

RIO DE JANEIRO (Reuters) -O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quarta-feira que acabar com a fome no país é o compromisso mais urgente do governo, e prometeu que o Brasil sairá do Mapa da Fome até o fim de seu mandato em dezembro de 2026.

O presidente fez as declarações em reunião ministerial do G20, no Rio de Janeiro, para marcar o lançamento da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. O encontro aconteceu às margens de reunião dos ministros das Finanças e dos chefes dos bancos centrais do G20 na cidade, esta semana.

"Em pleno século 21, nada é tão absurdo e inaceitável quanto a persistência da fome e da pobreza, quando temos à disposição tanta abundância, tantos recursos científicos e tecnológicos e a revolução da inteligência artificial", disse Lula em seu discurso.

A ideia da aliança é assegurar que todas as nações estejam fora do Mapa da Fome até 2030, de acordo com os critérios da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO, na sigla em inglês).

Após ter conseguido o feito em 2014 -- que é caracterizado por um índice de subnutrição da população abaixo de 2,5% por três anos seguidos -- o Brasil o perdeu em 2021, quando essa média de três anos subiu a 3,4%, piorando a 4,2% no ano seguinte, conforme dados atualizados da FAO divulgados nesta quarta-feira. Antes, a organização havia divulgado percentuais de 4,1% e 4,7%, respectivamente, para estes anos.

Segundo a FAO, em 2023, a média de três anos caiu a 3,9%.

“Hoje digo com segurança que no caminho que estamos é possível dentro deste governo do presidente Lula, até 2026, sair do mapa da fome”, disse o ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, durante o evento.

No ano passado, segundo Lula, o Brasil retirou 24,4 milhões de pessoas da condição de insegurança alimentar severa, mas o país ainda tem mais de 8 milhões de pessoas nessa situação.

"Este é o compromisso mais urgente do meu governo: acabar com a fome no Brasil, como fizemos em 2014", disse Lula.

"Meu amigo diretor-geral da FAO, pode ir se preparando para anunciar em breve que o Brasil saiu novamente do Mapa da Fome."

A Aliança Global contra a Fome será lançada oficialmente em novembro, quando chefes de Estado se reunirão no Rio para a Cúpula do G20.

O evento desta quarta-feira abriu caminho para que países e instituições façam sua adesão à proposta, que busca reunir conhecimento, recursos e parcerias para combater a fome no mundo.

O governo brasileiro estima que poderá atrair a participação de mais de 100 países.

© Reuters. Lula discursa em encontro para marcar o lançamento da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, no Rio de Janeiro
24/07/2024
REUTERS/Tita Barros

Antes da reunião desta quarta-feira, o presidente do Banco Mundial, Ajay Banga, declarou o seu apoio à iniciativa durante um encontro bilateral com Lula, informou o gabinete presidencial.

O chefe do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Ilan Goldfajn, disse no evento que, juntamente com o Banco Africano de Desenvolvimento, o BID apoiará a aliança com um instrumento financeiro inovador, que viabiliza a canalização de parte das reservas dos países junto ao Fundo Monetário Internacional (FMI) a bancos multilaterais de desenvolvimento, para apoiar a nova Aliança Global contra a Fome.

(Reportagem de Bernardo Caram e Marcela AyresTexto de Pedro FonsecaEdição de Eduardo Simões e Alexandre Caverni)

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