O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta 6ª feira (1º.nov.2024) que torce pela vitória da vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris (Partido Democrata), na eleição presidencial norte-americana. O pleito será realizado em 5 de novembro, embora muitos Estados já tenham iniciado o processo de votação.
“Eu não posso dar palpite sobre as eleições de outros países porque seria uma ingerência indevida. Eu sou amante da democracia […] A democracia, para mim, é o espelho fiel de um sistema político que permite os contrários, permite os antagônicos, a disputa civilizada entre a humanidade na discussão de ideias. Então, eu acho que a Kamala Harris ganhando as eleições é muito mais seguro de a gente fortalecer a democracia nos Estados Unidos”, disse Lula em entrevista à emissora de televisão TF1, da França.
Kamala disputa a Casa Branca com o ex-presidente Donald Trump (Partido Republicano). Pesquisas de intenção de voto mostram os 2 estão empatados na preferência dos eleitores.
Durante a entrevista, Lula afirmou que a democracia norte-americana, antes vista como um modelo, ruiu depois da gestão do republicano, de 2017 a 2021. “Nós vimos o que foi o presidente Trump no final do seu mandato, fazendo aquele ataque ao Capitólio. Uma coisa que era impensável de acontecer nos Estados Unidos, porque os Estados Unidos se apresentavam ao mundo como um modelo de democracia. E esse modelo ruiu. Então, nós, agora, temos o ódio destilado todo santo dia”, disse.
Lula também criticou os atuais conflitos bélicos no mundo. Citou Iêmen, Irã, Sudão, Israel, Líbano, Rússia e Ucrânia. “Sempre é o momento de construir a paz. Precisamos de pessoas dispostas a conversar e dialogar para encontrar soluções para os problemas do mundo”, disse.
O presidente disse que o G20 (grupo das 20 maiores economias do mundo), que será realizado no Rio em 18 e 19 de novembro, terá como foco o combate à pobreza, a transição energética e a questão climática.
Lula apresentará oficialmente a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, sua principal iniciativa à frente do encontro. O projeto já foi lançado em julho e está na fase de adesão de países e organizações da sociedade civil.