O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não deve comparecer à posse do presidente eleito da Argentina, Javier Milei, marcada para 10 de dezembro, em Buenos Aires. No lugar dele, o petista mandará o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. A informação foi confirmada ao Poder360 pela Secretaria de Comunicação da Presidência.
A decisão se dá mesmo depois de Milei ter enviado, por meio da futura chanceler da Argentina, Diana Mondino, em 26 de novembro, uma carta a Lula o convidando para a cerimônia. No documento, o argentino falou na “construção de laços” entre os países.
O convite de Milei representa uma forma de atenuar o tom que vinha adotando com Lula. Durante sua campanha à Presidência da Argentina, o libertário fez inúmeras críticas ao brasileiro, o qual classificou como “comunista” e “corrupto”. Também acusou Lula de interferir na campanha eleitoral e de financiar parte dela. Nos últimos dias, porém, amenizou a situação e disse que o político seria “bem recebido” em sua posse.
Apesar disso, Lula avalia ser melhor mandar um representante. O petista torcia pela vitória do peronista Sérgio Massa, que saiu derrotado. Neste ano, o presidente recebeu Alberto Fernández 5 vezes e se encontrou com Massa duas vezes.
Jair Bolsonaro (PL), por outro lado, também foi convidado por Milei e confirmou presença. Além da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, ele levará o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e o ex-secretário de Comunicação e seu atual assessor, Fábio Wajngarten.
Em 2019, o então presidente Bolsonaro também não compareceu à posse de Alberto Fernández. Depois de ser convencido de que deveria enviar um representante de peso para a cerimônia, ele mandou Hamilton Mourão, à época vice-presidente.
Relações comerciais
A Argentina é a 2ª maior economia da América do Sul e a 22ª no mundo, com o PIB de US$ 632,77 bilhões, segundo dados de 2022 do Banco Mundial. O país é ainda o 3º maior parceiro comercial dos brasileiros. O Brasil exportou US$ 15,34 bilhões e importou US$ 13,10 bilhões do país vizinho no ano passado. O saldo foi de US$ 2,24 bilhões.