O Prerrogativas tem ao menos 28 integrantes em cargos públicos sob o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Com filiados a PT (Partido dos Trabalhadores) e Psol (Partido Socialismo e Liberdade), o grupo de advogados é definido como “mais lulista que petista“ e tem o apoio ao chefe do Executivo como o único consenso.
“Embora a gente tenha proximidade com o presidente Lula, a gente não é exatamente um grupo petista. O Prerrogativas é progressista e, sobretudo, garantista. Uma parte importante milita na academia”, disse o coordenador Marco Aurélio de Carvalho ao Poder360.
Segundo Marco Aurélio, o Prerrô, como é conhecido, começou com 256 pessoas e tem, hoje, cerca de 1.000 colaboradores. Disse que os que têm filiação partidária seriam menos de 15% do total, mas não especificou quantos.
Os nomes ligados ao Prerrogativas estão em diversas áreas. Seis são ministros. Leia abaixo:
- Anielle Franco (Igualdade Racial);
- Fernando Haddad (Fazenda);
- Jorge Messias (Advocacia Geral da União);
- Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário);
- Silvio Almeida (Direitos Humanos);
- Vinícius Marques de Carvalho (Controladoria-Geral da União).
A maior parte dos integrantes do grupo que ocupam cargos na Esplanada está no Ministério da Justiça e Segurança Pública. São ao menos 4 no órgão comandado pelo ministro aposentado do STF (Supremo Tribunal Federal) Ricardo Lewandowski.
Na Fazenda, há pelo menos outros 2 além de Haddad. Os nomes ligados ao Prerrô ainda estão em empresas públicas, como nos Correios, e nos tribunais superiores do Judiciário brasileiro.
Marco Aurélio minimiza a relação entre o Prerrogativas e os integrantes conseguirem ser indicados para postos no governo federal. Para 0 advogado, o determinante sempre é a trajetória da pessoa: “É um reducionismo injusto considerar que as pessoas estão no governo por fazerem parte do grupo. O que foi determinante para cada um estar ali foi a sua trajetória. O grande mérito do grupo foi ter reunido esses talentos”.
O “trunfo“ do grupo, disse Marco Aurélio, foi reunir pessoas com um “currículo de peso“.
Afirmou que o Prerrogativas pode ser considerado um “cartão de apresentação“ para alguns nomes, mas o que conta é a biografia de cada um.
Eis a lista de integrantes do Prerrogativas com cargos no governo:
Secom (Secretaria de Comunicação da Presidência da República):
- Samara Castro – Diretora de Promoção da Liberdade de Expressão da Secretaria de Políticas Digitais. É filiada ao Psol.
Ministério da Fazenda:
- Guilherme Santos Mello – secretário de Política Econômica;
- Laio Correia Morais – chefe de Gabinete do Ministro.
Ministério da Justiça e Segurança Pública:
- Manoel Carlos de Almeida Neto – secretário-executivo;
- Angelita da Rosa – secretária-executiva Adjunta;
- Jean Keiji Uema – secretário nacional de Justiça. É filiado ao PT;
- Augusto de Arruda Botelho – ex-secretário Nacional de Justiça;
- Sheila de Carvalho – secretária nacional de Acesso à Justiça. É filiada ao PT;
- João Paulo Orsini Martinelli – assessor do gabinete da Senasp (Secretaria Nacional de Segurança Pública).
Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania:
- Luzia Paula Cantal – ouvidora.
Advocacia Geral da União:
- Manuelita Hermes Rosa Oliveira Filha – procuradora federal. Foi indicada em 2007, no 2º mandato de Lula.
Correios:
- Fabiano Silva dos Santos – presidente. É filiado ao PT;
- Vilma Reis – assessora de Diversidade e Inclusão. É filiada ao PT.
Incra (Ministério do Desenvolvimento Agrário)
- Maira Coraci Diniz – diretora da Câmara de Conciliação Agrária.
Embratur (Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo):
- Evelyn Melo – assessora Jurídica da presidência. É filiada ao Psol.
Postalis (Instituto de Seguridade Social dos Correios e Telégrafos):
- Arnobio Lopes Rocha – gerente de Segurança e Proteção de Dados.
Comitê de Ética Pública da Presidência da República:
- Manoel Caetano – presidente;
- Carol Proner – conselheira;
- Georghio Alessandro Tomelin – conselheiro;
- Marcelise Azevedo – conselheira.
Tribunais:
- Daniela Teixeira – ministra do STJ (Superior Tribunal de Justiça);
- Vera Lúcia Araújo – ministra substituta do TSE (Tribunal Superior Eleitoral);
- Antônio Fabrício de Matos Gonçalves – ministro do TST (Tribunal Superior do Trabalho);
- Claudio Langroiva – juiz titular do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo;
- Gabriela Araújo – juiz no Tribunal Regional Federal da 3ª Região;
- Sérgio Francisco Carlos Graziano Sobrinho – juiz titular do Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina;
- Thayná Aredy – assessora especial do STJ;
- Caio Leonardo Rodrigues – assessor do STJ.