O ministro Wellington Dias (Desenvolvimento Social) disse nesta 5ª feira (5.out.2023) esperar que cada vez mais os beneficiários do Bolsa Família passem a ocupar o mercado de trabalho.
Segundo ele, estudo em andamento mostra que 73% dos novos postos de emprego formal no país desde o início do ano vêm sendo preenchidos por beneficiários que passaram ou estão no programa. O levantamento ainda não foi divulgado.
Assista à entrevista (1h3min34s):
Dias afirmou que o novo Bolsa Família “é um estímulo à regularização tanto dos empregos quanto dos negócios”. O ministro disse que, no início do programa, o “medo atrapalhou”. Hoje metade dos Estados têm mais pessoas recebendo o Bolsa Família do que empregados no mercado formal.
Entretanto, disse que hoje isso mudou porque os beneficiários passaram a ter segurança de que a carteira assinada não exclui necessariamente o benefício.
A regra, que já existia, vem sendo aprimorada. Quem consegue emprego atualmente, dependendo da remuneração, pode manter parte do benefício. Se for excluído, volta rapidamente a receber o pagamento de novo se for demitido.
20 ANOS DE BOLSA FAMÍLIA
O Bolsa Família começou em 2003, no 1º governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com o nome Fome Zero. Haverá uma sessão solene no Senado em homenagem aos 20 anos do Bolsa Família em 20 de outubro. Dias afirmou que Lula participará. “Estamos em um momento desafiador, mas temos o que comemorar”, disse.
O governo quer reduzir a lista de espera do programa de 350 mil para 200 mil famílias até o final de 2023, afirmou. O ministro declarou ainda que a fila chegou a 2,7 milhões de famílias em 2022 com pessoas inscritas há mais de 1 ano. Disse que o prazo de análise ideal varia de 30 a 45 dias atualmente.
A seguir, trechos da entrevista:
- fraudes – declarou que cerca de 3,3 milhões de beneficiários foram retirados. Segundo Dias, 1 milhão de pagamentos irregulares custam R$ 8,4 bilhões por ano à União;
- infraestrutura de dados – disse que o problema de processamento do ministério não foi resolvido, mas que o DataPrev receberá um “megainvestimento para ser o cérebro de toda a área social”. Completou: “Em 2024, a gente vai estar com o sistema muito eficiente”;
- Mapa da Fome – O Brasil sairá até 2026, segundo o ministro. Afirmou que a tendência é de queda a partir deste ano, mas que a medição da ONU (Organização das Nações Unidas) considera os dados do último triênio;
- reforma ministerial – defendeu a entrada do PP no governo: “Sou um homem do diálogo”. Disse que a busca de apoio no Congresso é indispensável. “Não existe estabilidade econômica sem estabilidade política”, afirmou. Negou que tenha ficado frustrado com as especulações de troca no Ministério do Desenvolvimento Social. Disse que apoiou Lula nas trocas, mas que o alertou sobre enfraquecer seu ministério com uma possível divisão.