Marina diz conversar com líderes partidários sobre saída da Rede

Publicado 19.09.2025, 12:10
© Reuters Marina diz conversar com líderes partidários sobre saída da Rede

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, afirmou que tem “conversado com várias lideranças” partidárias para decidir sobre o seu futuro político. Marina deve deixar a Rede Sustentabilidade, partido que ajudou a criar e que está rachado entre sua ala e a da ex-senadora Heloísa Helena.

A decisão de sair da Rede, segundo Marina, “se vier, será tomada no tempo certo”. A ministra afirmou que, no momento, tem outras prioridades. “Estou focada na reeleição do presidente Lula [PT] e em ajudar São Paulo a ter a melhor alternativa possível. Fundei a Rede para ser uma sigla diferente, com estatuto inovador, sem presidente. Infelizmente, as discordâncias internas se agravaram e chegaram à Justiça”, disse em entrevista à Veja, publicada nesta 6ª feira (19.set.2025).

Questionada se havia recebido um convite para retornar ao PSB, Marina negou. “O prefeito de Recife, João Campos [PSB], me fez uma visita quando foi eleito presidente do partido, há 3 meses”, disse, classificando o encontro como um “gesto de amizade” pelo fato de ter sido candidata a vice na chapa do pai de Campos, Eduardo Campos (PSB-PE), morto em 2014 em um acidente de avião durante a campanha.

“Nesse encontro, alguém perguntou como andavam as coisas na Rede e respondi que estávamos trabalhando para superar as divergências. ‘Confesso que não estou torcendo para isso’, falou um dos presentes. E parou por aí. Não houve convite formal”, declarou.

Marina disse que esteve com Edinho Silva, presidente nacional do PT, e com o vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin, que deixou o PSDB e filiou-se ao PSB em 2022, “especialmente para pensarmos a situação de São Paulo”.

Ela afirmou torcer para que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), concorra ao governo ou ao Senado em SP, apesar de ele já ter sinalizado que não tem intenção de ser candidato em 2026.

Sobre ela mesma concorrer ao Senado pelo Estado, respondeu que a “prioridade é ajudar o ministro Fernando Haddad”. Mas afirmou: “Sei das responsabilidades que temos em São Paulo: o atual ocupante do Palácio dos Bandeirantes, Tarcísio de Freitas [Republicanos], defende ideias como a anistia para os condenados pelo Supremo na trama golpista e indulto para Jair Bolsonaro. É inaceitável”.

Marina também negou sonhar em ocupar o Palácio do Planalto, depois de ter concorrido à Presidência 3 vezes (2010, 2014 e 2018). “Não mais. Na 1ª vez que concorri, tive 19,6 milhões de votos. Na 2ª, 21 milhões. Na 3ª, 1 milhão. Entendo que coloquei a pauta ambiental na mesa. Já dei a minha contribuição”, disse.

RACHA NA REDE

Em abril, Giovanni Mockus, candidato a porta-voz do partido apoiado por Marina, entrou com um pedido para suspender as eleições internas que seriam realizadas no 6º Congresso Nacional da Rede. Segundo o requerimento, havia suspeitas de fraude no processo.

O pedido foi acatado pelo TJ-DFT (Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios), mas revertido depois de recurso impetrado pela ala comandada por Heloísa Helena. O Congresso da legenda foi realizado e venceu as eleições Paulo Lamac, o que representou uma derrota para o grupo de Marina.

Houve também disputas judiciais em ao menos 5 Estados, onde aliados da ministra indicaram que houve irregularidades em Pernambuco, Bahia, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Espírito Santo.

Marina afirmou que a origem dos desentendimentos entre ela e Heloísa Helena começou em 2018. Na época, a ministra disse ter sido contra a fusão com o Cidadania, que acabou não saindo. Declarou que as “diferenças de visão ficaram bem evidentes ali”. Ela disse, no entanto, que não encara “questões dessa natureza como algo pessoal”.

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