O ministro da Economia da Argentina, Sergio Massa, culpou seu rival na corrida para a Presidência da República, o deputado Javier Milei, pela desvalorização da moeda argentina. “Um bando de irresponsáveis”, disse Massa na tarde de 2ª feira (9.out).
Segundo o ministro, os aliados de Milei “não se importam com as pessoas, só se importam com uma frase atraente para gerar um título na mídia”. Massa completou dizendo que as declaração de Milei “não prejudicam o governo, mas prejudicam milhões de argentinos”.
Com alta de 7,4%, o dólar paralelo fechou o dia em 945 pesos, estabelecendo um novo recorde.
A movimentação é resultado do 2º debate presidencial, realizado no domingo (8.out), e de uma entrevista dada por Milei a uma rádio local. O candidato de direita sugeriu que a população se livrasse dos pesos argentinos antes da eleição, que acontece em 22 de outubro.
“O peso é uma moeda emitida pelos políticos argentinos, portanto, não vale nem como esterco, esse lixo não pode ser usado nem como adubo”, disse Milei ao ser perguntado sobre qual recomendação daria para os argentinos pouparem.
O candidato voltou a falar sobre a dolarização da economia da Argentina. Disse que precisaria de US$ 30 bilhões para cumprir sua promessa, e não os US$ 60 bilhões que alguns economistas estimam. Segundo Milei, o recurso seria conseguido “rapidamente”, pois investidores já teriam se mostrado dispostos a colaborar.
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QUEM É MILEI
Javier Gerardo Milei tem 52 anos, é formado em economia e liderou com 30,4% dos votos a eleição primária de 13 de agosto de 2023 na disputa pela Presidência da Argentina. Ele está à direita no espectro político ideológico, com ideias liberais na economia. Defende fechar o Banco Central do país, acabar com o peso e usar o dólar dos EUA como moeda local.
O candidato concorre à Casa Rosada pela coalizão “La Libertad Avanza” (em português, A Liberdade Avança). Milei se autodefine como “anarcocapitalista” e “libertário” –é contra a interferência do Estado na sociedade e a favor do sistema de livre mercado. Diz que seu programa será uma “motosserra” para cortar gastos públicos. Afirma que o aquecimento global é uma mentira, é a favor da venda de órgãos e defende o sistema de educação não obrigatório e privado.
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