Levantamento realizado pela doutora de geociências Renata Libonati, coordenadora do Lasa (Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais) da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), mostra que só uma parte ínfima dos incêndios florestais que se proliferam pelo país é iniciada por causas naturais.
“De todos os incêndios que acontecem no Brasil, cerca de 1% é originado por raio. Todos os outros 99% são de ação humana”, afirmou.
A pesquisadora é responsável pelo sistema Alarmes, um monitoramento diário por meio de imagens de satélite e emissão de alertas sobre presença de fogo na vegetação. Ao relacionar os dados com a proibição vigente de colocar fogo em vegetação, ela diz que “todos esses incêndios, mesmo que não tenham sido intencionais, são de alguma forma criminosos”.
Com base em dados que ficam disponíveis a cada 24h, a professora constata que “a situação é muito crítica” nos 3 biomas analisados, sendo a pior já registrada na Amazônia. Em relação ao Cerrado e o Pantanal, ela ressalta que a presença das chamas está “muito próxima do máximo histórico”.
Renata Libonati associa o fogo que consome vegetação em diversas regiões brasileiras a atividades econômicas. “A ocorrência dos incêndios no Brasil está intimamente relacionada ao uso da terra”.
1.757 focos de incêndio
O Brasil registrava 1.757 focos de incêndio na 5ª feira (19.set.2024). Os dados são do sistema BDQueimadas do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), divulgados nesta 6ª feira (20.set). A Amazônia concentra a maior parcela das ocorrências, com 852 –ou 48,5%.
Mato Grosso é o Estado que teve o maior número de queimadas, com 652 focos registrados em 24h. É seguido por Pará (309) e Tocantins (196).
Todos os 6 biomas do Brasil registraram a incidência de fogo. O Cerrado teve o 2º maior número, com 492 focos –28% do total.
Com informações de Agência Brasil.