🍎 🍕 Menos maçãs, mais pizza 🤔 Já viu recentemente a carteira de Warren Buffett?Veja mais

Neste momento todo incêndio é criminoso e governo trabalha para elevar penas, diz Marina

Publicado 17.09.2024, 09:51
© Reuters

(Reuters) -A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, disse nesta terça-feira que, no momento atual, todo incêndio florestal existente no país é criminoso, pois há uma proibição de uso de fogo em todo território nacional.

Em entrevista ao programa Bom Dia, Ministra, do CanalGov, Marina também afirmou que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva está trabalhando para elevar as penas para incêndios criminosos, apontando que atualmente as punições previstas são muito brandas.

"Neste momento qualquer incêndio se caracteriza como incêndio criminoso. Há uma proibição do uso do fogo em todo o território nacional", disse a ministra ao programa.

"Obviamente que as penas hoje são, eu diria, inadequadas para combater aqueles que desrespeitam a lei e usam o fogo criando essa situação dramática no nosso país", acrescentou.

A ministra mencionou uma proposta existente no Congresso que prevê tornar esses crimes hediondos, aumentando assim as penas.

"Estamos trabalhando para elevação da pena. Tem projetos de lei no Congresso Nacional, como o do senador (Fabiano) Contarato (PT-ES), que estabelece que o fogo com intenção de queimada deve ser considerado um crime hediondo, e aí você vai ter uma pena muito mais forte", afirmou Marina.

A ministra disse que o Brasil é atualmente vítima de uma "aliança criminosa" entre a mudança do clima -- que tem causado secas recordes no país -- e pessoas que ateiam fogo de forma proposital, agravando o problema.

Marina também classificou de "terrorismo climático" as queimadas criminosas que atingiram diversas regiões do país, desde a Amazônia ao Pantanal, passando pelo interior de São Paulo e pela própria capital Brasília.

A titular do Meio Ambiente apontou, ainda, que as queimadas são um crime contra a economia do país e afirmou que a escassez hídrica gerada pela mudança do clima pode afetar a disponibilidade de energia elétrica do país.

A queima de 2,4 milhões de hectares de floresta amazônica entre junho e agosto de 2024 elevou em 60% a emissão de CO2, para 31,5 milhões de toneladas, de acordo com estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), que integra o Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG), divulgado nesta terça-feira.

De acordo com o instituto, as emissões de gases causadores do efeito estufa, responsáveis pelo aquecimento global, continuam após o fim dos incêndios, devido à decomposição da vegetação atingida, o que deve levar à emissão de mais 2 milhões a 4 milhões de toneladas de CO2 nos próximos 5 a 10 anos.

A Amazônia é apontada por cientistas e ambientalistas como essencial para conter o avanço das mudanças climáticas, pois a floresta tem grande capacidade de estocar CO2, ao passo que sua destruição -- seja pelo fogo ou pelo desmatamento -- causa grandes emissões.

"Temos um cenário assustador de florestas em pé, que deveriam estocar carbono pelas próximas centenas de anos, sendo devastadas pelo fogo e se tornando uma fonte significativa de gases de efeito estufa. Nos próximos anos, talvez não vejamos a fumaça, mas as emissões continuarão ali e, com elas, o aumento do aquecimento global", disse a pesquisa Camila Silva, do IPAM.

AUTORIDADE CLIMÁTICA

Na entrevista ao "Bom Dia, Ministra", Marina foi questionada sobre a criação, anunciada por Lula, de uma autoridade climática no Brasil, e defendeu que, antes disso, é necessário criar a figura jurídica da emergência climática.

"A medida provisória para criação da autoridade climática deve ser acompanhada da figura jurídica da emergência climática, que não existe hoje no ordenamento jurídico brasileiro", disse.

"O que nós estamos propondo para o centro do governo é a figura jurídica da emergência climática, a autoridade climática e o comitê técnico-científico, que dará suporte através da integração de dados que serão produzidos."

© Reuters. Incêndio florestal em área da rodovia Transamazônica BR230 em Lábrea, Estado do Amazonas
04/09/2024
REUTERS/Bruno Kelly

Marina foi questionada também sobre a construção do trecho da BR-319, que liga Manaus a Porto Velho, que passa pelo meio da floresta amazônica e defendeu que a obra só pode ir adiante após estudos técnicos bem fundamentados.

"A BR-319 é uma estrada complexa, no coração da Amazônia, não pode ser feita de qualquer jeito sob pena de aumentar a degradação e a destruição da floresta, o que vai ser um prejuízo para a floresta, mas principalmente para as pessoas que já estão vivendo o rio seco", disse.

(Por Eduardo Simões, em São PauloEdição de Tatiana Ramil e Pedro Fonseca)

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.