O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, anunciou nesta 4ª feira (11.10.2023) um “governo de emergência” ao lado do líder do partido de oposição israelense Unidade Nacional, Benny Gantz. As informações são do Times of Israel.
A medida permite que o premiê tome medidas de emergência em meio à guerra entre Israel e o grupo extremista palestino Hamas sem precisar se preocupar com o bloqueio dos parlamentares. Netanyahu não tem maioria favorável no parlamento e, portanto, poderia ter suas ações obstruídas.
Durante o “governo de emergência”, as autoridades concordaram em não apresentar projetos de leis ou decisões governamentais sem relação com a guerra.
Gantz também pediu a criação de um “gabinete de guerra”, composto por ele, Netanyahu e o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant. O ex-general da Unidade Nacional das FDI (Forças de Defesa de Israel), Gadi Eisenkot, e o ministro de Assuntos Estratégicos de Israel, Ron Dermer, atuarão como observadores. Além disso, um lugar foi reservado para o ex-ministro israelense, Yair Lapid.
ENTENDA O CONFLITO
Embora seja o maior conflito armado na região nos últimos anos, a disputa territorial entre palestinos e judeus se arrasta por décadas. Os 2 grupos reivindicam o território, que possui importantes marcos históricos e religiosos para ambas as etnias.
O Hamas (sigla árabe para “Movimento de Resistência Islâmica”) é a maior organização islâmica em atuação na Palestina, de orientação sunita. Possui um braço político e presta serviços sociais ao povo palestino, que vive majoritariamente em áreas pobres e de infraestrutura precária, mas a organização é mais conhecida pelo seu braço armado, que luta pela soberania da Faixa de Gaza.
O grupo assumiu o poder na região em 2007, depois de ganhar as eleições contra a organização política e militar Fatah, em 2006.
A região é palco para conflitos desde o século passado. Há registros de ofensivas em 2008, 2009, 2012, 2014, 2018, 2019 e 2021 entre Israel e Hamas, além da 1ª Guerra Árabe-Israelense (1948), a Crise de Suez (1956), Guerra dos 6 Dias (1967), 1ª Intifada (1987) e a 2ª Intifada (2000). Entenda mais aqui.
Os atritos na região começaram depois que a ONU (Organização das Nações Unidas) fez a partilha da Palestina em territórios árabes (Gaza e Cisjordânia) e judeus (Israel), na intenção de criar um Estado judeu. No entanto, árabes recusaram a divisão, alegando terem ficado com as terras com menos recursos.
ATAQUE A ISRAEL
O Hamas, grupo radical islâmico de orientação sunita, realizou um ataque surpresa a Israel no sábado (7.out). Israel declarou guerra contra o Hamas e começou uma série de ações de retaliação na Faixa de Gaza, território palestino que faz fronteira com Israel e é governado pelo Hamas.
Os ataques do Hamas se concentram, até o momento, ao sul e ao centro de Israel. Caso o Hezbollah faça novas investidas na fronteira com o Líbano, um novo foco de combate pode se estabelecer ao norte de Israel.
O tenente-coronel israelense, Richard Hecht, afirmou que o país “olha para o Norte” e que espera que o Hezbollah “não cometa o erro de se juntar [ao Hamas]”.