O número de cursos de ensino superior oferecidos à distância no Brasil cresceu 189% nos últimos 4 anos, de acordo com dados do Censo de Educação Superior 2022 divulgado nesta 3ª feira (10.out.2023) pelo MEC (Ministério da Educação) e pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira).
Segundo o presidente do Inep, Carlos Moreno, durante o período, as vagas ofertadas presencialmente caíram em 11%. Em 10 anos, o número de matrículas EaD cresceu 289% no país. Eis a íntegra do levantamento (PPTX – 3,6 MB).
O levantamento também mostrou que, em 2022, foram ofertadas 22,8 milhões de vagas para o ensino superior no país, sendo 17,1 milhões (57%) para cursos à distância e 5,6 milhões (43%) para presencial.
O ministro da Educação, Camilo Santana, afirmou que os números são “alarmantes” e que o órgão está “preocupado” com o crescimento dos cursos à distância sem a devida regulamentação.
“Determinei agora uma supervisão especial nos cursos a distância para revermos todo o marco regulatório disso. Nossa preocupação não é ter um curso EaD, mas garantir a qualidade desse curso que é oferecido para a formação profissional”, disse.
Ainda sobre a modalidade, o ministro afirmou ser “impossível” que alguns cursos de ensino superior sejam oferecidos à distância. Nesse sentido, o MEC realizou a suspensão de 4 graduações EaD:
- enfermagem;
- direito;
- odontologia; e
- psicologia.
“Outros 12 cursos serão avaliados e ainda estão em debate, por meio de consulta pública”, acrescentou.
Camilo Santana disse ainda que o Ministério da Educação vai revisar “todos os cursos” oferecidos por EaD. “Parte do curso obrigatoriamente tem de ser presencial. Nós não podemos aceitar que a grande parte dos cursos de licenciatura do Brasil sejam à distância”, declarou.