O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), disse nesta 3ª feira (7.nov.2023) que não fará “nenhum tipo de cobrança” para a expansão de aterramento de fios de energia ou telecomunicações na cidade. A declaração consta em nota da Prefeitura de São Paulo. Eis a íntegra do documento (PDF – 45 KB).
O comunicado foi publicado 1 dia depois de Nunes sugerir a taxação opcional de moradores em determinados bairros para acelerar o aterramento. A “contribuição de melhoria”, como foi chamada, seria acrescida ao investimento que a prefeitura pretende fazer a partir do programa São Paulo Sem Fios. Segundo a nota, entretanto, não será cobrada “qualquer tipo de taxa da população”.
Antes, Nunes disse que, desde 2022, está “desenvolvendo um plano para apresentar para a sociedade para alguns casos aonde (sic) o contribuinte, o morador, o munícipe pode aceitar pagar uma taxa”. O projeto conta com a colaboração da concessionária Enel (BIT:ENEI).
Já nesta 3ª (7.nov), o prefeito declarou que foi “mal interpretado”. Ele afirmou que “se alguém quiser enterrar os fios, a prefeitura está disposta a pagar metade justamente para evitar que árvores caiam sobre a cidade”.
Segundo a Prefeitura de São Paulo, o programa, que aposta no aterramento para evitar apagões em dia de tempestades, já conta com 60 km com a fiação 100% subterrânea.
ENTENDA O CASO
O governador do Estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o prefeito Ricardo Nunes se reuniram na 2ª feira (6.nov) para falar sobre o restabelecimento de energia elétrica no Estado. O blecaute continua em regiões da capital e do interior paulista depois de 4 dias do temporal de 6ª feira (3.nov).
Diretores da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), deputados estaduais e executivos de 5 empresas de distribuição de energia que atuam em São Paulo também estavam presentes.
Depois do encontro, os chefes do Executivo estadual e municipal anunciaram a jornalistas que o problema deve ser reparado até esta 3ª (7.nov). O diretor-geral da Anel, Sandoval Feitosa, confirmou o compromisso da agência reguladora, porém disse que a situação é atípica e a que, nesse caso, a “distribuidora de energia tem algum isenção de responsabilidade”.
Nunes afirmou que acionará a Justiça contra a Enel, caso a energia não seja restabelecida no prazo firmado. “Como fizeram um compromisso público comigo, se eles não cumprirem, vou entrar na Justiça por conta dessa questão”, disse.
Tarcísio admitiu que os canais de comunicação e atendimento à população enfrentaram problemas. O governador também propôs que as árvores fossem manejadas para não atingirem as fiações em caso de chuva forte. Para ele, a queda das plantas são “o grande vilão” da falta de energia.