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Oposição defende inocência de Bolsonaro e fala em “perseguição”

Publicado 21.11.2024, 18:33
© Reuters.  Oposição defende inocência de Bolsonaro e fala em “perseguição”

Aliados a Jair Bolsonaro (PL) minimizaram nesta 5ª feira (21.nov.2024) o indiciamento do ex-presidente pela PF (Polícia Federal) por suposta tentativa de golpe de Estado. Integrantes da oposição afirmaram que o antigo chefe do Executivo brasileiro é vítima de uma “narrativa” de perseguição e de “desespero” do Judiciário.

“Não só era esperado como representa sequência a processo de incessante perseguição política ao espectro político que representam”, disse Rogério Marinho (PL-RN), líder da Oposição no Senado. Outras 36 pessoas, incluindo o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, também foram indiciadas.

Já outros argumentaram que o plano de golpe de Estado não foi executado, o que não configuraria crime, e também defenderam a inocência de Bolsonaro.

“Como é que você planeja tudo e não faz? […] Por mais que seja repugnante pensar em matar uma pessoa, não é assim que a gente deveria agir. Os caras não cometeram crime”, disse a deputada Carla Zambelli (PL-SP).

Já o presidente do Progressistas, senador Ciro Nogueira (PI), por exemplo, disse por meio de seu perfil no X (ex-Twitter) ter “certeza” de que o ex-presidente é inocente.

O deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) afirmou que o indiciamento é uma reação à vitória de Donald Trump (Partido Republicano) nas eleições presidenciais dos Estados Unidos.

“O desespero bateu, eles viram que a volta de Bolsonaro é uma realidade e agora querem reagir, querem sapatear, querem continuar contando a história e o enredo que o presidente Lula já falou que tinha que montar uma narrativa”, disse o deputado em vídeo enviado à imprensa.

Ao ser perguntada pelo Poder360 sobre o teor do indiciamento de Bolsonaro, a deputada Bia Kicis (PL-DF) respondeu: “Além de absurdo?”. Damares Alves (Republicanos-DF), senadora e ex-ministra do governo Bolsonaro, afirmou que o ex-presidente é um “democrata”.

“Por hora temos a versão da PF, mas Bolsonaro terá direito a ampla defesa e eu tenho certeza que, ao longo de todo este processo, o presidente Bolsonaro demonstrará sua inocência, porque agora ele terá acesso a todos os documentos”, declarou.

Leia as declarações dos aliados a Jair Bolsonaro:

  • Rogério Marinho (PL-RN), líder da Oposição no Senado:

“Diante de todas as narrativas construídas ao longo dos últimos anos, o indiciamento do presidente Jair Bolsonaro, do presidente Valdemar Costa Neto e de outras 35 pessoas, comunicado na presente data pela Polícia Federal, não só era esperado como representa sequência a processo de incessante perseguição política ao espectro político que representam.

“Espera-se que a Procuradoria-Geral da República, ao ser acionada pelo Supremo Tribunal Federal, possa cumprir com serenidade, independência e imparcialidade sua missão institucional, debruçando-se efetivamente sobre provas concretas e afastando-se definitivamente de meras ilações.

“Ainda, ao reafirmar o compromisso com a manutenção do Estado de Direito, confiamos que o restabelecimento da verdade encerrará a longa sequência de narrativas políticas desprovidas de suporte fático, com o restabelecimento da normalidade institucional e o fortalecimento de nossa democracia.”

  • Ciro Nogueira, senador e ex-ministro da Casa Civil de Bolsonaro:

  • Damares Alves (Republicanos-DF), senadora e ex-ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos do governo de Bolsonaro:

Bolsonaro, o homem que o tempo todo gritou para todos ouvirem que só faria o que estivesse dentro das quatro linhas da Constituição, o homem que não só gritou como só fez exatamente o que está previsto na constituição ser indiciado pelos crimes de abolição violenta do Estado democrático de direito e golpe de Estado é inacreditável. Se alguém em volta do Bolsonaro falou ou pensou diferente dele, que responda por seus atos. Mas não tentem imputar isso a um democrata como nosso eterno presidente. Mas temos que lembrar que indiciamento não é sentença. Por hora temos a versão da PF, mas Bolsonaro terá direito a ampla defesa e eu tenho certeza que ao longo de todo este processo o presidente Bolsonaro demonstrará sua inocência, porque agora ele terá acesso a todos os documentos, depoimentos, diligências e supostas provas que dizem ter contra ele. Conheço e respeito alguns dos indiciados como general Heleno, general Braga Neto, Anderson Torres, Ramagem, Felipe Martins e eles também terão a oportunidade de apresentar defesa. Vamos aguardar! Que Deus nos dê força para continuarmos lutando pela aplicação da justiça em nosso país.”

  • Carla Zambelli (PL-SP), deputada federal:

“Creio ser uma narrativa [a operação da PF]. Porque, vamos lá: como você planeja tudo e não faz? […] Então, por mais que seja repugnante pensar em matar uma pessoa, não é assim que a gente deveria agir. Os caras não cometeram crime, entendeu? Eu não acho que, se agora o Bolsonaro ficar inelegível, você vai ajudar o PT. Muito pelo contrário. Porque o que vai acontecer é que, se não for o Bolsonaro, o próximo candidato a presidente vai ser o Tarcísio. E o Lula vai ter muito mais dificuldade de vencer o Tarcísio do que de vencer o Bolsonaro”, declarou ao Poder360.

  • Júlia Zanatta (PL-SC), deputada federal:

“Vejo como mais um ato desesperado de perseguição política. Bolsonaro cada dia mais conectado com o povo e eles isolados oprimindo e perseguindo”, disse a congressista a este jornal digital.

  • Marcos Rogério (PL-RO), senador:

“Indiciamento somente se justifica quando há, de forma concreta, a presença de indícios de prática criminosa. No caso do presidente Bolsonaro –além de outros nomes citados hoje pela Polícia Federal no inquérito da suposta tentativa de golpe de Estado– o que se conhece são especulações, que alimentam suposições de participação em práticas que, ao que se sabe, ainda estão pendentes de uma maior apuração. Pelo que foi divulgado até o momento, o indiciamento do presidente está muito fundado em afirmações genéricas e superficiais. Como sempre, esse tipo de prática é muito explorada para alimentar o jogo político, inclusive tentar desviar o foco dos problemas que o Brasil enfrenta, no cenário de crises produzidas pelo atual governo”, disse o senador ao Poder360.

  • Carlos Portinho (PL-RJ), líder do PL no Senado:

[Para haver] tentativa, é necessário que [a ação] estivesse em execução e tenha sido frustrada. Não me parece que o presidente Bolsonaro ou Valdemar em momento algum tenham concordado com qualquer ideia do tipo. Por enquanto, me parece a construção de uma narrativa que iniciaram objetivando a inelegibilidade e prisão do presidente Bolsonaro, o maior adversário de Lula e do governo instalado”, declarou Portinho a este jornal digital.

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