O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, lançou uma consulta pública em que questiona a população sobre o envio de mais dinheiro da UE à Ucrânia. Uma das perguntas feitas aos húngaros é se o país deveria aceitar um novo pacote de ajuda antes do desbloqueio de fundos pela União Europeia.
O bloco suspendeu o repasse de dinheiro à Hungria argumentando ter preocupações de violações do estado de Direito no país. As informações são do Financial Times.
Conforme o jornal, uma das 11 frases que os eleitores devem dizer se concordam ou não é: “Bruxelas quer ainda mais dinheiro para apoiar a Ucrânia. (…) Não deveríamos pagar mais para apoiar a Ucrânia até recebermos o dinheiro que nos é devido”.
O plebiscito foi lançado no sábado (18.nov) e os húngaros têm até janeiro de 2024 para responder ao questionário. Pode ser feito por escrito ou on-line e o resultado não é vinculativo.
Outras questões centram na restrição dos planos da UE para oferecer mais armas, dinheiro e uma via de adesão à Ucrânia ao bloco, bem como na suspensão das importações de cereais ucranianos.
Orbán já demonstrou ser contra o ingresso da Ucrânia na União Europeia. Em 10 de novembro, por exemplo, o primeiro-ministro húngaro disse que o bloco não deveria começar as conversas para a adesão. Os líderes dos países do bloco devem decidir em meados de dezembro se aceitam a recomendação da Comissão Europeia de convidar a Ucrânia a iniciar negociações de adesão. O convite requer aprovação dos 27 países que integram a UE.
Em setembro, Órban afirmou que a adesão ucraniana esbarra em “questões difíceis” por conta do conflito com a Rússia. O premiê húngaro afirmou ser preciso avaliar se é possível “considerar seriamente” a adesão de um país que está em guerra.
“Não sabemos o quão grande é o território deste país, porque a guerra está em curso. Não sabemos o quão grande é a sua população porque [os ucranianos] estão fugindo”, disse. “Admitir um país na UE sem conhecer os seus parâmetros seria sem precedentes”, acrescentou. “Portanto, acho que precisamos responder a perguntas muito longas e difíceis até que possamos realmente decidir sobre o início das negociações de adesão”, completou.