Pesquisa Genial/Quaest realizada de 19 a 22 de outubro de 2023 mostra que a maioria dos brasileiros (57%) acha que o Brasil erra ao não classificar o grupo extremista Hamas como “terrorista”. Outros 26% defendem a posição do governo e 17% preferiram não responder. Eis a íntegra (PDF – 18 MB).
O levantamento perguntou aos entrevistados: “O Brasil está certo em não classificar o grupo Hamas como terrorista?”. Ao cruzar as respostas com a declaração de voto no 2º turno das eleições de 2022, o estudo indica que a maior parte dos eleitores de ambos os grupos discordam do atual discurso do governo.
- declaram ter votado em Lula: quase metade (48%) diz que o Brasil está errado, 34% acham que o Brasil está certo e 17% não responderam;
- declaram ter votado em Bolsonaro: 7 em cada 10 dizem que o país erra, 19% defende a posição do governo e 11% não responderam.
Desde o início do conflito, Lula e o governo têm sido criticados por não se referirem ao grupo como “terrorista”. Segundo o presidente, o Brasil só reconhece uma organização como “terrorista” quando a ONU (Organização das Nações Unidas) o faz. O Hamas não é reconhecido dessa forma pela organização.
A pesquisa entrevistou 2.000 pessoas em 120 municípios do Brasil de 19 a 22 de outubro de 2023. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos em um intervalo de confiança de 95%.
O levantamento também questionou a opinião pessoal dos entrevistados sobre a classificação do grupo:
- 76% dos brasileiros afirmam que o Hamas deve ser classificado como um “grupo terrorista”;
- 10% acham que o grupo deve ser classificado como um “grupo de resistência”; e
- 14% não responderam.
CLASSIFICAÇÃO DO HAMAS X AVALIAÇÃO DE LULA
Entre os que consideram o desempenho do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como “positivo”, 70% afirmam que o Hamas deve ser classificado como “um grupo terrorista”. Esse número sobe para 75% entre aqueles que consideram o governo “regular” e para 86% entre quem avalia a gestão como “negativa”.
COMO AVALIAM AÇÃO DE ISRAEL
Para 61% dos brasileiros, as respostas bélicas de Israel ao ataque do Hamas em 7 de outubro não são justificáveis, enquanto 30% consideram justificáveis. Outros 9% não responderam.
A maioria dos entrevistados (77%) também acha que o Brasil deve “ficar neutro” no conflito. Só 17% avaliam que o governo brasileiro deve “tomar um lado”.
Cerca de 7 a cada 10 entrevistados (69%) consideram que o Brasil deve ignorar a “briga e tentar ajudar na solução de paz”. Já 25%, dizem que o país deve se posicionar do lado de “quem está certo”.
AÇÕES DO GOVERNO NA GUERRA
O levantamento ainda questionou os eleitores, de maneira específica, sobre como avaliam as ações do governo durante o conflito. A maioria dos entrevistados considerou as ações positivas:
- 85% entende como “positivo” o diálogo de Lula com países do Oriente Médio para resgatar brasileiros;
- 85% consideraram “positiva” a disponibilização de aviões para resgatar brasileiros;
- 72% acharam “positiva” a postura de Lula em priorizar o resgate de brasileiros;
Apesar disso, a avaliação da postura pessoal de Lula diante do conflito dividiu os eleitores:
- 35% avaliaram como “positiva”;
- 31% dizem ser “regular”;
- 23% consideraram “negativa”;
- 11% não responderam.