Pesquisas recentes sobre a aprovação do 3º governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mostram uma erosão na taxa de eleitores que dizem “aprovar” e um aumento nos percentuais dos que declaram “desaprovar” a gestão petista.
A trajetória das pesquisas desde 2023 indica que Lula nunca avançou depois de ter vencido a eleição em 2022, quando ganhou de Jair Bolsonaro (PL) por uma margem mínima de votos (50,9% X 49,1%).
O Poder360 compilou os resultados de 7 empresas (AtlasIntel, CNT/MDA, Datafolha, Ipec, Paraná Pesquisas, Quaest e PoderData). Para as linhas do gráfico, foi considerada a média móvel das últimas 3 pesquisas –considerando a regularidade de cada estudo.
A média móvel da taxa de aprovação da administração ficou em torno de 50%, o que é razoável. Mas a rejeição chegou em 45%, na média móvel das últimas pesquisas publicadas. A queda recente está mostrada graficamente na imagem a seguir.
Como este Poder360 mostrou, em dezembro de 2023, a comparação das pesquisas do início do mandato até aquela data já indicavam uma queda na popularidade do atual presidente. Agora, a média móvel das pesquisas sugere não só que o governo segue amparado em uma parcela do eleitorado próxima dos 50%, como hoje esse grupo dá leves sinais de derretimento, com a taxa de desaprovação com tendência de alta.
AVALIAÇÃO PESSOAL DE LULA
Quando são dadas opções não-binárias de respostas aos entrevistados (ótimo/bom, regular, ruim/péssimo e não sabem), a média móvel dos resultados indicam que a maior preocupação para o governo deve ser a avaliação pessoal de Lula. Nesse caso, os números estão na pior situação desde a posse.
APROVAÇÃO X AVALIAÇÃO
As empresas de pesquisas não usam necessariamente os mesmos enunciados das perguntas nem as mesmas opções de respostas quando avaliam o desempenho dos governos e dos governantes.
É impreciso afirmar que o eleitor aprova ou desaprova o trabalho de um governante ou da administração pública se a questão dá como opções de respostas estas 6 opções: “ótimo”, “bom”, “regular”, “ruim”, “péssimo” ou “não sabe ou não respondeu”.
É comum entender que a soma das respostas “ótimo” e “bom” seria sinônimo de “aprova o governo”. E que a soma de respostas “ruim” e “péssimo” seria equivalente a “desaprovação do governo”. Esse entendimento está incorreto porque desconsidera a parcela dos eleitores que respondeu “regular”. Os entrevistados que escolhem a categoria “regular” podem tanto aprovar como desaprovar a administração ou o governante.
As opções de respostas citadas acima (“ótimo”, “bom”, “regular”, “ruim” ou “péssimo”) são uma idiossincrasia em pesquisas brasileiras. No país onde mais se faz estudos de opinião pública no planeta, os Estados Unidos, o mais comum é a pergunta ser sempre direta e binária, com apenas duas opções de resposta: aprova ou desaprova.
O PoderData, empresa de pesquisas do Grupo Poder360, faz uma pergunta direta sobre o governo federal em suas pesquisas, indagando se o eleitor aprova ou desaprova. No caso da avaliação do trabalho pessoal do presidente da República, questiona-se se o entrevistado considera que é “ótimo”, “bom”, “regular”, “ruim” ou “péssimo”.
METODOLOGIA
O Poder360 compilou os resultados das pesquisas feitas por 7 empresas (AtlasIntel, CNT/MDA, Datafolha, Ipec, Paraná Pesquisas, Quaest e PoderData) de janeiro de 2023 a março de 2024. Leia aqui (PDF – 44,2 kB) as íntegras de todas as pesquisas usadas no levantamento.
Para produzir os gráficos acima, o Poder360 considerou para a linha contínua a média móvel das 3 últimas pesquisas realizadas –considerando que cada empresa tem uma regularidade em seus levantamentos.
As curvas mostram só a trajetória de uma determinada taxa e não devem ser consideradas indicativo de representatividade exata das pesquisas. Há diferenças metodológicas e de abordagem que devem ser consideradas na análise.