A PF (Polícia Federal) investiga o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, por troca de mensagens com o proprietário da Construservice, empreiteira de Eduardo José Barros Costa, também conhecido como Eduardo DP.
Segundo o jornal Folha de S.Paulo, a investigação se baseia em conversas encontradas no celular do empresário e se deram quando o ministro era deputado federal.
A Construservice também é investigada por suspeita de desvios em contratos milionários com a Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba).
A empreiteira foi contratada para a realização de obras no Maranhão, que teriam sido bancadas por emendas de Juscelino, quando era deputado. Uma parte da verba teria sido, inclusive, destinada para pavimentação de estradas que dão acesso a 8 fazendas do agora ministro de Lula no município de Vitorino Freire (MA).
Além disso, um relatório da Codevasf indica que as emendas bancaram obras inacabadas e com suspeitas de irregularidades.
Em março, a companhia identificou erros no projeto de execução de obras, porém, as irregularidades não foram encontradas nas estradas que dão acesso às fazendas de Juscelino.
Segundo relatório da PF, as ações ilegais estão estimadas em um custo de R$ 835.800,00.
Nas mensagens, segundo a Folha, Juscelino teria enviado a Eduardo contas e nomes de terceiros para que os pagamentos irregulares fossem feitos em contas de terceiros.
O QUE DIZ JUSCELINO
Em nota, os advogados de Juscelino disseram não haver “qualquer irregularidade nas obras”.
“Emendas parlamentares são um instrumento legítimo e democrático do Congresso Nacional e todas as ações de Juscelino Filho foram lícitas. São absurdas ilações de que Juscelino tenha tido qualquer proveito pessoal com sua atividade parlamentar, sobretudo construídas a partir de supostas mensagens sem origem e fidedignidade conhecidas”, diz outro trecho da nota.
ENTENDA
Segundo o Portal da Transparência, o ex-deputado federal enviou R$ 7,5 milhões para obras de pavimentação no município Vitorino Freire (MA).
A empresa contratada pelo município é de um amigo de Juscelino Filho, o empresário Eduardo José Barros Costa, a Construservice. O engenheiro da Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba) Julimar Alves da Silva Filho foi o responsável por assinar o parecer autorizando o valor orçado para a pavimentação.
Eduardo Costa, conhecido como Eduardo Imperador, foi preso acusado de pagar propina a funcionários federais para obter obras na cidade e de ser sócio oculto da Construservice.
Já o engenheiro da Codevasf foi afastado sob suspeita de receber R$ 250 mil em propina de Eduardo Imperador.