Relatório da ONU (Organização das Nações Unidas) divulgado na 5ª feira (9.nov.2023) indica que o PIB (Produto Interno Bruto) da Cisjordânia e da Faixa de Gaza encolheu 4,2% no 1º mês da guerra entre Israel e o Hamas, com perdas estimadas em US$ 857 milhões. A taxa de pobreza aumentou em 20%, com 390 mil empregos perdidos. O conflito teve início em 7 de outubro.
O documento foi elaborado pelo Pnud (sigla em inglês para Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) e pela ESCWA (sigla em inglês para Comissão Econômica e Social das Nações Unidas para a Ásia Ocidental). Eis a íntegra, em inglês, do relatório “Guerra em Gaza: impactos socioeconômicos esperados no Estado da Palestina” (PDF – 1 MB).
A avaliação compila dados e utiliza várias ferramentas analíticas (incluindo avaliações de danos por satélite, imagens noturnas de satélite e modelos econômicos) para simular os impactos que o conflito no Oriente Médio terá em todo o território palestino.
Se a guerra completar seu 2º mês, a ONU prevê que o Produto Interno Bruto cairá 8,4%, com perda de US$ 1,7 bilhão, e que a taxa de pobreza aumentará em 34%. Se o conflito durar um 3º mês, o PIB palestino deve ter redução de 12%, com perda de US$ 2,5 bilhões, e o índice de pobreza deve subir em quase 45%, com mais de 660 mil pessoas sendo empurradas para a pobreza.
Com quase 1,5 milhão de pessoas deslocadas internamente na Faixa de Gaza desde o início da guerra e com a destruição maciça de edifícios, a ONU prevê que a recessão econômica agravará a situação humanitária “catastrófica” e tornará as perspectivas de recuperação “desafiantes e lentas”.
O relatório cita um declínio acentuado no IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) da região. Conforme o documento, o desenvolvimento no Estado da Palestina será atrasado de 11 a 16 anos. Na Faixa de Gaza, o atraso estimado é de 16 a 19 anos, dependendo da intensidade do conflito.
“Esta avaliação nos alerta que os impactos desta guerra também terão efeitos duradouros e não se limitarão a Gaza. Além da catástrofe humanitária que vemos se desenrolar, há também uma crise de desenvolvimento. A guerra está acelerando rapidamente a pobreza numa população já vulnerável antes desta crise chegar”, disse Achim Steiner, coordenador do Pnud.
“A perda de vidas, o sofrimento humano e a destruição sem precedentes na Faixa de Gaza são inaceitáveis. O Pnud junta-se aos apelos do secretário-geral da ONU para um cessar-fogo humanitário imediato; a libertação de todos os reféns; e acesso humanitário para permitir que a ajuda vital chegue aos civis na escala necessária”, completou.