Por Eduardo Simões
(Reuters) - O PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, formalizou nesta quarta-feira a candidatura de Rogério Marinho (RN) para a presidência do Senado no ano que vem e o senador eleito afirmou que quer comandar a Casa, e consequetemente o Congresso Nacional, para defender o que classificou de "legado de conquistas" dos últimos seis anos.
"Senadores do PL entenderam a necessidade de apresentarmos uma candidatura ao Senado da República, à presidência do Senado da República, à presidência do Congresso Nacional, agora no biênio de 2023/2024, e nos coube a honra de sermos o escolhido", disse Marinho, ex-ministro de Bolsonaro e eleito em outubro ao Senado, a jornalistas em Brasília.
"A necessidade em função das ameaças que estão postas no cenário, de retrocesso, de danificar esse legado, que é um legado da sociedade brasileira, é importante que tenhamos um Senado independente, um Senado que tenha altivez e que tenha a capacidade de fazer as tratativas necessárias para, ao mesmo tempo preservarmos esse legado em benefício da sociedade brasileira, e avançarmos nas mudanças estruturantes que estavam ocorrendo nos últimos seis anos", acrescentou.
Marinho fez o anúncio ao lado de outros senadores do PL, entre eles Flávio Bolsonaro (RJ), filho mais velho do presidente da República.
O senador eleito disse que, a partir do anúncio desta quarta, iniciará conversas com outros partidos em busca de apoio e afirmou que um apoio do PP, presidido pelo atual ministro-chefe da Casa Civil e também senador Ciro Nogueira (PI), à sua candidatura tem "grande possibilidade de ser consolidado nos próximos dias".
Marinho lembrou que o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, afirmou, ao anunciar apoio a Arthur Lira (PP-AL) à reeleição à presidência da Câmara dos Deputados, que contava com a reciprocidade de um apoio do PP a um nome do PL no Senado. O PT, partido do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, também anunciou apoio à reeleição de Lira.
"Nós não pretendemos ser e nem faremos uma presidência contra o país, de oposição ao país, mas seremos candidatos para sermos um Senado a favor do Brasil, dos brasileiros e da democracia brasileira", disse.
"A partir de agora nós começamos a conversar com outros partidos, com outros atores políticos desta Casa que representam uma parcela significativa do eleitorado brasileiro e que certamente comungam conosco dos mesmos propósitos, da mesma condição programática e da defesa das conquistas que foram asseguradas nos últimos anos."
Recentemente, o presidente do PL anunciou que o partido --que elegeu as maiores bancadas na Câmara e no Senado em outubro-- fará oposição a Lula. Ele disse que Bolsonaro ocupará o cargo de presidente de honra da legenda.
A expectativa é de o atual presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), buscar a recondução ao comando da Casa na eleição da mesa diretora do Senado, que se dará no início de fevereiro. Pacheco deverá contar com o apoio dos aliados de Lula nessa disputa.