A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, disse nesta 4ª feira (4.out.2023) que a decisão de votar favoravelmente ao empréstimo de US$ 1 bilhão à Argentina na CAF (Corporação Andina de Fomento), o Banco de Desenvolvimento da América Latina, não teve interferência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo ela, a decisão “é um processo comum”.
“Não é que eu não fui consultada. Eu que não consultei o presidente Lula. O presidente Lula não me ligou, não entrou em contato comigo, porque é natural, eu sou governadora desses bancos e eu simplesmente voto num banco que não é brasileiro”, declarou.
A ministra falou sobre o assunto ao responder a um questionamento do deputado Vicentinho Júnior (PP-TO) durante audiência pública para debater o PPA (Plano Plurianual) de 2024-2027, que traz metas para o Orçamento nos próximos anos. Tebet também disse que o dinheiro que está no banco “não é do Brasil”.
“Nós temos 8% de participação, mas não é dinheiro, e a CAF se reúne exatamente como um banco para ajudar os países da América Latina”, declarou.
A ministra também disse que a CAF ajuda o Brasil, os Estados e os municípios em demandas. De acordo com Tebet, a Argentina quitou o débito em 10 dias.
“Houve uma seguinte demanda: precisamos emprestar por 10 dias e 10 dias apenas R$ 1 bilhão (sic) para a Argentina. 21 países vão votar. Minha secretária, por minha determinação, foi autorizada a votar favoravelmente como 20 dos 21 países votaram favoravelmente”, disse.
Tebet justificou o voto pelo fato de a Argentina ser “o 3º parceiro comercial do Brasil” e por ajudar a “garantir emprego para o povo brasileiro” com vendas e exportações.
“Não tem dinheiro federal lá. Não estamos tirando dinheiro do Brasil para colocar lá temporariamente. Portanto, nós aprovamos. Tanto é verdade que a Argentina já pagou o banco e, portanto, não deve nada”, afirmou.
Na 3ª (3.out), reportagem do jornal O Estado de S. Paulo disse que Lula atuou diretamente na concessão do empréstimo à Argentina. Tebet afirmou que acordou nesta 4ª (4.out) “surpresa” com a imprensa perguntando sobre o tema.
“Espero que toda a imprensa esteja acompanhando porque meu celular está com 15 perguntas”, declarou Tebet.