O secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), António Guterres, disse na 2ª feira (9.out.2023) que a guerra entre Israel e Palestina tem “desenvolvimentos sem precedentes”. Afirmou entender as queixa de ambas as partes, mas pediu trégua.
“Permitam-me começar por repetir a minha condenação total aos ataques abomináveis do Hamas e de outros contra cidades e aldeias israelenses na periferia de Gaza, que deixaram mais de 800 israelenses mortos e mais de 2.500 feridos”, disse Guterres a jornalistas na sede da ONU, em Nova York, depois de reunião com líderes da organização.
“Reconheço as queixas legítimas do povo palestino. Mas nada pode justificar esses atos de terror e a matança, mutilação e rapto de civis. Reitero o meu apelo para cessar imediatamente esses ataques e libertar todos os reféns”, completou.
Os israelenses, por sua vez, responderam à ofensiva do Hamas com ataques aéreos, que também se tornaram motivo de preocupação para a ONU. “Estou profundamente alarmado com os relatos de mais de 500 palestinos –incluindo mulheres e crianças– mortos em Gaza e mais de 3.000 feridos. Infelizmente, estes números aumentam a cada minuto, à medida que as operações israelenses continuam”, disse Guterres.
“Embora reconheça as legítimas preocupações de segurança de Israel, também lembro a Israel que as operações militares devem ser conduzidas em estrita conformidade com o direito humanitário internacional”, alertou, destacando a necessidade de proteger civis.
Ele citou relatos de bombardeios israelenses a instalações de saúde em Gaza, prédios residenciais, mesquita e duas escolas, que serviam como abrigo de pessoas deslocadas pelo conflito.
“Exorto todas as partes e as partes relevantes a permitirem o acesso das Nações Unidas para prestar assistência humanitária urgente aos civis palestinos presos e indefesos na Faixa de Gaza. Apelo à comunidade internacional para que mobilize apoio humanitário imediato para este esforço”, continuou.
“Israel deve ver as suas necessidades legítimas de segurança materializadas. E os palestinos devem ver uma perspectiva clara para o estabelecimento do seu próprio Estado concretizado”, disse Guterres.
“Só uma paz negociada, que satisfaça aspirações nacionais legítimas dos palestinianos e dos israelenses, (…) pode trazer paz duradoura e estabilidade de longo prazo”, concluiu.
Saiba mais sobre a guerra em Israel:
- o Hamas atacou Israel em 7 de outubro e reivindicou a autoria da ação;
- Benjamin Netanyahu declarou guerra ao Hamas e falou em destruir o grupo
- Israel respondeu com bombardeios em alvos na Faixa de Gaza;
- o Hamas ameaça matar reféns em retaliação à resposta militar israelense;
- o conflito já deixou 1.587 mortos (900 israelenses e 687 palestinos);
- EUA e países europeus pediram que outros países fiquem de fora da guerra;
- Irã disse não ter relação com os ataques
- Lula chamou os ataques de “terrorismo”, mas relativizou episódio;
- o governo anunciou uma operação para repatriar brasileiros (há desaparecidos);
- ANÁLISE – Conflito é entre Irã e Israel e potencial de escalada é incerto;
- OPINIÃO – Relação Hamas-Irã é obstáculo para a paz, escreve Claudio Lottenberg;
- ENTENDA – saiba o que é o Hamas e o histórico do conflito com Israel;
- VÍDEOS – veja imagens da guerra na playlist especial do Poder360 no YouTube.